Pressionada, Prefeitura quer criar cargo para atender crianças de inclusão nas escolas

Projeto de lei destina mil vagas de "agentes de apoio" para escolas da cidade. Profissionais cuidarão de higiene, locomoção e alimentação de crianças, mas sindicato diz que isso não resolve o problema

A Prefeitura de Curitiba tentará aprovar em regime de urgência na próxima semana a criação de um novo tipo de cargo e a contratação de mil pessoas para as escolas municipais. Os “agentes de apoio” seriam responsáveis por ajudar crianças que tenham dificuldade com locomoção, higiene e alimentação. O projeto surge depois de uma ação civil pública cobrando o município pela falta de profissionais que façam esse atendimento em sala de aula.

A gestão de Rafael Greca (PSD) já fez várias mudanças na forma como as crianças com necessidades especiais são atendidas nas escolas. Até a gestão anterior, de Gustavo Fruet (PDT), esse trabalho era realizado por professores concursados, já que o entendimento era que esses profissionais também têm uma função no processo educativo, e podem auxiliar também no processo pedagógico.

Na gestão Greca, a prefeitura, tentando baratear os custos da educação, trocou os professores por estagiários de Psicologia e Pedagogia que recebiam cerca de R$ 700 mensais – uma solução contestada na Justiça pelo Conselho Regional de Psicologia, que alegou não se tratar de estágio, e sim de uso de mão de obra barata. A Prefeitura também se tornou alvo de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público, depois de uma denúncia feita pelo mandato da vereadora Professora Josete (PT), que cobrava a existência de profissionais (não estagiários) com formação na área de educação para esse trabalho.

Além desse processo, a Secretaria de Educação do município também vem sofrendo várias derrotas em processos individuais movidos por pais e mães que pedem tutores para seus filhos – normalmente em casos de crianças de inclusão, que têm necessidades especiais. São alunos com Síndrome de Down ou que estão no espectro do autismo, por exemplo, e que precisam de acompanhamento individualizado.

Agentes de apoio

A proposta da prefeitura, enviada à Câmara na semana passada, prevê que os “agentes de apoio” serão contratados sem exigência de formação em educação. A ideia da Secretaria de Educação é destinar mil profissionais com esse perfil para as 185 escolas municipais – média pouco superior a cinco profissionais por escola.

Ainda na semana passada, o líder do prefeito na Câmara, Tico Kuzma (Pros) e outros vereadores da base, pediram urgência na votação. Com isso, o projeto deve ser votado já na terça-feira que vem em primeiro turno, e pode ser sancionado ainda na semana que vem pelo prefeito.

Para o Sindicato que representa o Magistério das escolas municipais de Curitiba, o Sismmac, a solução apresentada pela prefeitura está longe do ideal, já que a concepção dos educadores é que seria necessário cobrar uma formação educativa de quem vai estar em sala de aula. “Além das necessidades de locomoção, higiene e alimentação, alguns alunos precisam de auxílio para o aprendizado, para não se desorganizar em sala de aula”, diz Adriane Alves da Silva, diretora do Sismmac.

Apesar disso, o projeto é visto como um avanço. Ou seja: melhor isso do que nada. Para tentar aprimorar a proposta, porém, a vereadora Josete articula a apresentação de uma emenda que, no mínimo, garanta a preferência na contratação para profissionais que apresentem formação na área da educação. Embora a aprovação de uma emenda do gênero seja difícil, dada a ampla maioria da base do prefeito, a ideia de Josete e do Sismmac é tentar algo. “Vamos lutar até o último suspiro”, diz Adriane.

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23 comentários em “Pressionada, Prefeitura quer criar cargo para atender crianças de inclusão nas escolas”

  1. Marcia Cristina Aguiar

    Os Agentes de Apoio à inclusão são de suna importância para que a inclusão dos alunos Público Alvo da Educação Especial aconteça na prática; e uma formação na área da educação; pois o profissional desta área se qualificou para atuar na escola.

  2. Está mas que na hora da lei sair do papel, sou mãe de criança especial e sinto na pele o preconceito com a minha filha, pelo amor de Deus ajuda, está mas que na hr.

  3. Essas nomenclatura que a maioria das Prefeituras criam para desqualificar o professor como Atendente, Angente, cuidadores etc.
    Contrata-se ” Professores” e pagam como agente.
    Desta forma năo valoriza as crianças e nem os Professores
    Muitas vezes até contratam pessoas com ensino médio para lidar com crianças especiais que seria bem complexo.

  4. Simonedalmasosaibbahiai

    Estou cursando pedagogia e estou estagiando remunerado me colocaram cuidar de uma criança especial única coisa que fiz foi um cursinho que não me acrescentou em nada para ser cuidadora tem hora me vejo sem saber o que fazer nas dificuldades encontrada com a criança por favor estas crianças precisa de gente altamente qualificada.

  5. MARIA AURIDEA CANTANHEDE

    Para que a inclusão aconteça de fato,é necessário que o estudante nao só permaneça na sala comum do ensino regular,como participar do processo ensino e aprendizagem como um todo.Além,do atendimento no AEE, q acontece na sala de recursos no contra turno como rege a politica da Educação Inclusiva de 2008.
    Porque,o q se percebe é o estudante ser retirado da sala do ensino comum no mesmo horário p ser atendido na sala de recursos.

  6. ### Eles quer por profissionais sem formação p fazer o mesmo do professor ,pra pagar um salário michado igual paga aqui em RO, a gente trabalha 40 horas , e faz tudo que o professor faz ,e ganhamos nem a metade do professores injustiça de vcs políticos safados .

  7. Professor tem medo de perder a autoridade na sala , não deixa o. Monitor educacional, ajuda em ND. Além disso muitas professoras aqui na minha escola onde trabalho ela não aceita terceiros na sala c elas , bicho enjoado e o tal de professores concursados,. Fora a humilhação da direção faz c esses profissionais.

  8. Glaucia Maria Gouveia Rodrigues

    Pedagoga de formação com especialização em Educação Especial e Politicas Públicas de Inclusão a 11 anos coordeno a Educação Inclusiva no município de Arcoverde/Pe. Comecamos em 2012 com 2 alunos PCDs ( autistas) na rede e foi crescendo, hoje até o momento 346 em 23 das 29 escolas e temos 96 Profissionais de Apoio Escolar nessas escolas, para atender em sala de aula comum. Fizemos 4 parcerias importante que contribuiem na inclusão, 2 parceiros do Estado, uma que monitora e trás formação específica- Pacto pela Inclusão, outro Olhar para as Diferenças, que acolhe a Primeira infância, um na de esportes e recreação e outro para transtornos funcionais.
    Seguimos o capitulo IV da Lei LBI.

  9. Aqui na minha cidade de Sorocaba SP, é da mesma forma ! Abrem processos pelo CIEE (todo mês) para vagas de estagiários porém, ao ser contratado, somos destinados a ser “cuidadores” de crianças com algum tipo deficiência ou condição. Como iremos ajudar se os próprios professores não são capacitados? Vejo isso mesmo como um absurdo de “mão de obra barata”. Não querem contratar funcionários que tem todo um preparo, experiência, capacitado para exercer essa função e com uma salário digno e sim, aproveitando estagiários para um salário bem abaixo. Não sou contra estagiários fazerem esse serviço, mas que ao menos tenhamos uma capacitação vinda pela prefeitura ou até mesmo do CIEE, e claro, melhor condição financeira para nós. Pois em SP capital, o estágio está em torno de 1342,00 + benefícios (vale alimentação+vale transporte) que dá no total de 2000,00 mensal para o estagiário. Digo isso com propriedade pois sou Estagiário pelo CIEE pela prefeitura de minha cidade.

  10. A urgência é enorme pois a necessidade de um mediador se for possível com nível médio normal caso não tenha formação muito válido uma ajuda de grande valia para professor sou educadora (mãe João 9 anos sindrome dawhon) formação Normal e Superior Nornal Superior.Trabalho na Prefeitura do Rio na educação infantil

  11. Acredito que é de suma importância ter um Profissional de Apoio Escolar nas escolas para o atendimento direto aos alunos com deficiência
    nas salas regulares, em Juruti no Estado do Pará tem esses profissionais da educação, inclusive sou uma profissional da educação inclusiva.

  12. É preciso e de suma importância que seja um profissional formado em Pedagogia e com especialização na inclusão…Sou AAEE no Rio e ainda assim, como cada criança tem comorbidades diferentes, graus diferentes é preciso estar atualizado com os protocolos o tempo inteiro. Chama-se inclusão escolar, então não pode ser qualquer pessoa, o pedagógico será atuado juntamente com o PEI, o aluno especial requer muito mais que uma mera acompanhante, para isso é preciso que se pague
    salários justos a esses profissionais…O que muitas prefeituras não estão dispostas a pagar. Querem pagar salário mínimo. Não dá né? O barato vai acabar saindo caro.

  13. Lúcia Neide Nogueira

    Boa tarde!! Sou professora de Atendimento Educacional Especializado, em Petrolina/ Pe, lendo alguns questionamentos sobre o Profissional de Apoio, é bastante interessante em sala de aula regular, dando assistência ao aluno,agora que seja uma pessoa preparada, tenha orientação. Além desse Apoio em sala, tenha também o Professor no turno oposto para orientar , tanto ao aluno ,família,como toda comunidade escolar .

  14. Edvaldo Barbosa Silva

    Eu sou agente de apoio a educação especial, aqui no município do Rio de janeiro, o ministério público obrigou que todos os aprovados no concurso público para agente de educação especial ocorrido em 2014, fossem chamados antes que o prazo de validade se expirasse.
    Nós fazemos capacitação por meio do instituto Helena Antipof, órgão vinculado à prefeitura e que é referência em capacitação na América Latina, na escola em que trabalho, cresceu muito o número de alunos especiais matriculados, este ano, e apenas dois agentes, contando comigo, a prefeitura ficou de fazer contração temporária e até agora nada!

  15. Na prefeitura de São Paulo existe a A
    V.E., auxiar da vida escolar, justamente com essa função: a de auxiliar a PCD no processo educativo enquanto estiver no espaço escolar, desde a creche até o fim do ensino fundamental. Diga-se de passagem, também é uma função recente, em torno de 5 ou 6 anos. Até então, eram os professores e A.T.Es. que faziam essa função da A.V.E. Ao meu ver, é muito positivo a existência de alguém assim no espaço escolar, além de ajudar no pedagógico, auxilia também na questão da saúde. Mas a formação e o preparo do profissional têm que ser condizentes com a função, além do salário, claro.

  16. Moro em Natal-RN sou pedagoga e professora de Ed.especial aqui do estado do RN, a demanda é enorme tendo em vista que o professor n é cuidador e sim trata dos processos afetivos e pedagogicos dos estudantes na sala de aula regular, fazendo de certa feita a real inclusão. A governadora prometeu novo concurso o ultiml foi em 2015 bem como o município.

  17. Miriam Oliveira da Silva

    Moro no Rio de Janeiro, no Município de Armação dos Búzios-RJ . Aqui começamos com estagiários , o qual não dar certo
    Acaba o período de meses do estágio , sai. O especial não e só acompanhar e sim uma dedicação durante o período de um ano, para a criança também adaptar.
    Hoje são professores para Apoio, salário realmente de professores.
    E tem cursos específicos , agora teremos a Secretária dos Especiais, que e um grande ganho.
    E estão este ano , preparar para especificarem no curso da ABA.
    Um grande avanço para nós, mães de filhos especiais.

  18. E já não tem esse profissional? Aqui é no mediador escolar, ou assistente educacional que trabalha nesse apoio com as crianças com algumas deficiência, é impressão minha ou estão atrasados demais ?

  19. De urgência importância essa contratação de profissional de apoio ,são muita criança com suas necessidades esse profissional tem que ser contratado com urgência!

  20. Sou Apoio educacional com formacao em magisterio, estudante de pedagogia, e o que tenho observado é muito triste, professores se embatendo com os Apoios, principalmente se esse reverem formação educacional. Obrigam os apoios a ficarem 5horas fazendo Nada para as crianças que em sua maioria teriam um desenvolvimento diferenciado, se pudessem ser acompanhados por esses Profissionais. Parece que professores temem a perda de suas funções. Mais infelizmente não pasa sequer uma atividade lúdico, para que o Apoio ajude no desenvolvimento cognitivo dos estudantes da educação Especial. Precisamos de muitas mudanças.

  21. Pedro de Alcântara Pereira Neto

    É preciso entender a neuroanatomia funcional de cada necessidade especial e respeitar a particularidade de cada estudante com deficiência. Isso só é possível com formação, e quando a prefeitura coloca pessoas sem essa formação está indo no caminho de uma educação de exclusão no lugar de uma educação que deveria ser inclusiva.

  22. Jivania da Silva Carvalho

    Resolve sim… Pois sou coordenadora da diretoria de inclusao no Município de Adustina Bahia. Aqui temos 91 crianças e adolescentes enceridos nas políticas de inclusão … E com o apoio do Prefeito estamos a todo vapor, na contratação e treinamento destes profissionais é aqui tudo está dando certo. A inclusão e uma das maiores preocupação em incluir estes aluno na sociedade . Juntos somos más fortes. 🙏

  23. O profissional especializado é de suma importância para o projeto. Como mãe especial devo dizer que essas crianças precisam mais que alguém do lado. Colocar alguém despreparado para situações diversas as especificidades de cada aluno/criança é ser insensível a situação.

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