Polícia Científica coleta material genético para identificar pessoas desaparecidas

Órgão reforça campanha lançada em 2021 para coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas; parentes devem ter um boletim de ocorrência para agendar o serviço

A Polícia Científica do Paraná (PCP) está reforçando uma campanha lançada em maio de 2021 que coleta DNA de familiares de pessoas desaparecidas para auxiliar na resolução do caso. Segundo o órgão, só este ano foram realizadas 88 coletas.

Elaborada pela Rede Integrada de Banco de Perfis Genéticos (RIBPG) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que mantém, compartilha e compara perfis genéticos a fim de ajudar na apuração e processo de investigação criminal, a campanha no Paraná coletou e submeteu ao Banco de Perfis Genéticos o DNA de 283 pessoas em três anos (2021, 2022 e 2023).

O trabalho engloba todas as polícias científicas do Brasil, o que torna mais fácil encontrar o paradeiro das pessoas desaparecidas em qualquer lugar do país. Conforme o último relatório da RIBPG, publicado em novembro de 2022, o Banco Nacional de Perfis Genéticos conta com mais de 175 mil perfis armazenados, sendo mais de 6,6 mil mapeados pela Polícia Científica do Paraná.

“Mesmo que a pessoa não tenha sido identificada na hora, daqui a dez, 20 anos, ainda é possível. Todos os dados ficam armazenados no banco e se, eventualmente, anos depois, alguém for atrás, pode identificar mesmo assim”, afirma a cirurgiã-dentista e Residente Técnica em Ciências Forenses da PCP, Suzi Rososki.

Exames

De acordo com a PCP, são coletadas amostras biológicas de familiares de pessoas desaparecidas para a realização de exame de DNA e inclusão no Banco de Perfil Genético. A coleta é indolor e voluntária, mediante a assinatura de um termo de consentimento. O material genético obtido é utilizado somente para a identificação de pessoas desaparecidas.

O ideal é que sejam coletadas amostras de dois familiares de primeiro grau, seguindo esta ordem de preferência: pais, filhos, pai/mãe do filho e irmãos.

As amostras serão posteriormente confrontadas com ossadas, ou seja, restos mortais não identificados, e pessoas de identidade desconhecida cadastradas no Banco de Perfis Genéticos.

Como fazer

Para realizar a coleta, os familiares devem ter um registro ou ocorrência policial aberta de desaparecimento de pessoa. Além disso, o registro deve ter um período mínimo de desaparecimento (cerca de 30 dias – podendo variar conforme a circunstância do desaparecimento) com o objetivo de garantir que tenha uma investigação policial.

É necessário fazer um agendamento em qualquer sede da Polícia Científica do Paraná. Todos os telefones e endereços das 17 sedes da PCP podem ser conferidos neste link.

No dia, é preciso levar o B.O. e um documento de identificação. O familiar também pode levar, se tiver, pertences de uso pessoal da vítima desaparecida, como escova de dentes e aparelho de barbear, ou amostras como dente de leite e cordão umbilical.

Pessoas desaparecidas

Entre 2019 e 2021, 7.120 pessoas desapareceram no Paraná, o que corresponde, em média, a mais de seis desaparecimentos por dia. A parcela da população mais atingida pelo fenômeno no estado é do gênero masculino, jovem e branca. É o que mostra o Mapa dos Desaparecidos no Brasil, desenvolvido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgado em maio deste ano.

Do total de desaparecidos no estado no período analisado pelo mapa, 4.443 eram homens (uma taxa de 62,4 por 100 mil habitantes), enquanto 2.677 eram mulheres (37,6 por 100 mil habitantes). Em relação ao perfil étnico-racial, 3.805 eram brancos, 2.898 eram negros, 61 eram de origem asiática e 356 não informado.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima