Paraná é um dos oito estados com sinais de aumento de casos de SRAG

Relatório da Fiocruz mostra que a Covid-19 é responsável por 99% das mortes por SRAG

A última edição do Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgada nesta sexta-feira (21), revelou que oito estados brasileiros apresentaram tendência de aumento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A análise é referente à semana epidemiológica 19, de 9 a 15 de maio. Junto com Amazonas, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Tocantins, Distrito Federal e Rio de Janeiro, o Paraná também aponta sinal de crescimento na incidência de casos da doença.

Conforme o relatório, embora a SRAG possa ser provocada por outros vírus, na maior parte das vezes, a doença é causada pela Covid-19. Além disso, o Sars-CoV-2 foi responsável por 99% dos óbitos de pessoas com SRAG em 2021. O boletim informa que as mortes pela Síndrome Respiratória Aguda Grave encontram-se na zona de risco, com ocorrências de casos muito altos em diversas regiões. Desde 2020, foram registrados um total de 306.079 óbitos por SRAG.

Em outros estados como Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, e São Paulo foram observados indícios de interrupção da tendência de queda. Minas Gerais e Piauí apresentaram tendência de estabilização, mas, segundo o documento, os indícios não são tão claros nessas duas regiões.

Mesmo com a redução ou estabilidade em semanas anteriores, o número de casos ainda permanece elevado, com valores próximos ou até superiores aos picos ocorridos em 2020. Para o pesquisador e coordenador do InfoGripe Marcelo Gomes, os dados demonstram uma forte pressão no sistema de saúde, cenário que pode piorar com a flexibilização de medidas restritivas e retomada precoce de atividades. “Tal situação, caso ocorra, não apenas manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos como também manterá a taxa de ocupação hospitalar em níveis preocupantes, impactando todos os atendimentos, não apenas aqueles relacionadas à síndromes respiratórias e Covid-19”, alerta o pesquisador.

O boletim também aponta que seis capitais apresentaram sinal de crescimento de casos de SRAG na tendência de longo prazo, que faz referência às últimas seis semanas: Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Manaus, Palmas e Porto Alegre. Outras 12 apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo e as demais apresentam sinal de interrupção da queda ou estabilização.

Dados do Sivep-Gripe, que é parte do sistema de bancos de dados do SUS, mostram que, nas últimas seis semanas, Curitiba teve 1.272 óbitos por Covid e outros 121 por SRAG, sem agente definido. Apenas na semana do dia 9 ao 15, a cidade contabilizou 93 mortos pelo coronavírus e outras 11 pela síndrome respiratória. O levantamento faz parte do Subnotificômetro produzido pela Lagom Data, do jornalista Marcelo Soares, a pedido do Plural

Colaborou: Maria Cecília Zarpelon

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima