Paciente aguarda 15 horas para ser atendida no Hospital do Rocio, em Campo Largo

Mulher estava em jejum desde o dia anterior para fazer um procedimento cardíaco; hospital diz que prioriza casos urgentes

Uma paciente idosa precisou esperar 15 horas para fazer um cateterismo que já estava agendado no Hospital do Rocio, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), no último dia 26 de junho. Ela registrou uma queixa junto à ouvidoria, que apura o caso.

Servidora aposentada da área da saúde, a paciente foi referenciada de Irati para o Rocio para realizar o procedimento via Sistema Único de Saúde (SUS). Por causa do exame, ela ficou sem comer das 21 horas do dia anterior até o momento do atendimento, 15 horas depois.

Quando começou a vir de Irati para fazer exames, a paciente foi primeiro ao Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, também na RMC. Em maio, ela foi encaminhada para o Rocio para atendimento especializado em cardiologia, cujo exame detectou alterações.

No dia 20 de junho, começaram as animosidades. A paciente registrou uma reclamação junto à ouvidoria. Na consulta anterior, o tempo de espera para atendimento foi de 40 minutos. Nesta ocasião a espera foi das 8h ao meio-dia. Quando questionou os funcionários, recebeu uma resposta irônica.

Exame

Finalmente no dia do procedimento, 26 de junho, a paciente precisou esperar das 7h às 11h30 sem informações. Ela faz uso de medicamentos e foi questionar se poderia tomar água para engolir os comprimidos e a resposta foi jejum absoluto. “Eu ainda levei o único remédio que tomo de forma contínua, e outras mulheres, inclusive uma diabética com 76 anos, sequer levaram. Como essas senhoras poderiam estar se sentindo bem? Juntamente conosco, aguardavam outros candidatos a internação”, reclama.

Às 14h30 os pacientes que aguardavam foram chamados para outra sala e o atendimento da servidora só foi levava para antessala cirúrgica Às 16h50. Às 19h30 ela ainda não havia feito o cateterismo. “Eu estava com dor na coluna e comecei a chorar. Aí a enfermeira me perguntou por que eu estava chorando e respondi que me doía a alma e que me sentia humilhada”.

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Depois disso, ela foi levada ao centro cirúrgico e passou pelo procedimento, no entanto, agora deve migrar para a rede privada por medo de represálias da equipe. “Quanto a mim, já providenciei a continuidade do meu atendimento por outras vias, porém penso que, se ninguém relatar esse tipo de absurdo, isso continuará acontecendo. Gostaria que ninguém mais passasse por tudo que nós passamos nesse hospital, lembrando que ninguém estava fazendo favor a ninguém. O SUS é para todos e temos o direito de ser atendidos com o mínimo de dignidade”, diz.

Hospital do Rocio

Questionado sobre o mau atendimento, o Hospital enviou uma nota ao Plural:

“O Hospital do Rocio é um Centro de Referência do Estado do Paraná para protocolo de dor torácica, atendendo diariamente um grande volume de pacientes em diferentes níveis de gravidade. Atualmente, o Hospital atende as demandas de toda Região Metropolitana de Curitiba, bem como de diversas regiões do Estado, encaminhadas via Central de Regulação e Serviços de Emergência.

De acordo com este protocolo, a prioridade de atendimento hospitalar sempre será dos pacientes encaminhados ao Pronto Socorro com sintomas ou sinais de infarto agudo do miocárdio. Por esse motivo, ainda que o Serviço de Hemodinâmica também atenda diariamente casos de doença coronariana, realizando cateterismo eletivo, sempre haverá a priorização dos casos de urgência e emergência.

O Hospital do Rocio esclarece que já foram feitas as devidas tratativas com a paciente em questão através da Ouvidoria, bem como reafirma o seu compromisso de excelência, qualidade e atendimento humanizado dos pacientes”

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