Ivermectina e cloroquina são os mais buscados na internet

Eles não têm eficácia comprovada, mas estão no top das pesquisas nos sites de medicamentos

Recém completamos um ano de pandemia de coronavírus no Brasil. Durante este período, a saúde foi uma das áreas que mais teve destaque na vida dos brasileiros, que também a buscaram na internet, por meio de plataformas on-line de busca e venda de medicamentos. De acordo com levantamento de uma delas, os remédios mais buscados durante a pandemia não possuem eficácia comprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No portal curitibano Consulta Remédios, um dos maiores do Brasil, de março de 2020 a fevereiro de 2021, houve mais de 20 milhões de pesquisas em busca de medicamentos ligados à Covid-19. Neste período, os três produtos de farmácia mais buscados foram a Ivermectina (10.195.476 buscas), a máscara cirúrgica (175.221) e o álcool em gel (145.986), sendo a Ivermectina o remédio mais buscado na plataforma.

Completam o pódio de medicamentos, a Azitromicina (3.701.769 buscas) e Hidroxicloroquina (2.863.960 buscas). Nenhum desses medicamentos possui eficácia comprovada no tratamento contra a Covid-19 pela ANVISA. Em quarto lugar vem a Dexametasona  (2.613.481 buscas), usada em pacientes que precisam de oxigênio ou de ventilação mecânica. Fechando o top 5, o Annita (2.200.454 buscas), outro medicamento sem eficácia comprovada para Covid-19.

“Percebemos uma busca expressiva pelos medicamentos, principalmente em relação à Ivermectina, que em julho teve um pico na procura por conta das suposições sobre um possível tratamento para a doença. Aproximadamente 3 milhões de pessoas buscaram pela composição na plataforma em 2020, aumento de mais de 5 mil % com relação ao ano de 2019, que teve em média 47 mil buscas”, conta Francielle Mathias, farmacêutica responsável pelo Consulta Remédios.

O levantamento também mostra que as máscaras cirúrgicas e o álcool gel, que ficaram em 2º e 3º lugares, respectivamente, foram muito buscados no início da pandemia. “Isso demonstra que quando o coronavírus chegou ao Brasil as pessoas ainda não sabiam exatamente como agir e se proteger. Foi uma busca desenfreada por esses itens, tanto é que ficaram em falta em muitas farmácias. Depois de um tempo, isso se estabilizou, mas mesmo assim ficaram lá no topo do ranking”, explica a farmacêutica.  

A plataforma on-line também permite que o usuário  encontre medicamentos agrupados pela indicação do médico. Neste contexto, a dor de cabeça e a enxaqueca (327.113 buscas) aparecem em primeiro lugar. Na sequência aparece diarreia (292.793) e em terceiro lugar a ansiedade (279.145) – sintoma muito falado por conta do isolamento social. Completando o top 5 aparece náusea (235.124) e infecção urinária (224.398).

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