Inflação da Cesta Básica em Curitiba tem desaceleração tímida em novembro

Crise hídrica mantém pressão sobre os preços de alimentos, deixando o índice de inflação da cidade superior a média nacional

A inflação dos preços de itens da cesta básica em Curitiba registrou uma mudança de comportamento em novembro. O índice desacelerou em 0,22%, ou seja, a inflação registrada no mês ficou 0,22% abaixo da do mês anterior. A tendência se repetiu no índice nacional, o que para o economista e professor da PUC-PR, Jackson Teixeira Bittencourt, aponta para uma reversão de tendência. “Isso indica que as medidas do Banco Central, de aumento da taxa de juros está conseguindo frear o consumo e o crescimento”, explica.

A má notícia, indica Bittencourt, é que essas medidas têm como efeito colateral o aumento do desemprego.

Os dados do IBGE analisados pelo Estúdio de Economia e Finanças da PUC-PR mostram que neste mês de novembro, a inflação da Cesta Básica em Curitiba acumulada nos últimos 12 meses ficou em 11,94%, abaixo do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrado na cidade, 13,71%.

A inflação da Cesta Básica mede a variação de preços em treze itens alimentícios, e é o aumento de preços que mais afeta os brasileiros de menor renda. No acumulado dos últimos 12 meses, os itens que tiveram maior aumento foram o café (48,7%) e o açúcar cristal (59,2%) seguidos pela margarina (32,1%) e a carne (28,3%).

Segundo Bittencourt, não é todo mês que Curitiba figura entre as capitais com maior inflação, mas “a crise hídrica afetou muito o Paraná, a agricultura, pecuária. As safras foram menores e isso pressiona os preços”. Para o economista, dezembro deve confirmar a tendência de desaceleração da inflação, com preços menores de itens como a gasolina. “Isso vai estabilizar a economia, mas tem o custo social, que é desemprego”, completa.

Boletim da Cesta Básica de Curitiba e Brasil

Os dados citados aqui são do Boletim da Cesta Básica de Curitiba e Brasil, do Estúdio de Economia e Finanças da PUC-PR divulgados todos os meses. A análise utiliza os dados coletados pelo IBGE para cálculo do IPCA. Os dados e o boletim na íntegra podem ser consultados aqui:

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