Hospitais particulares suspendem Pronto Atendimento

Evangélico, Nossa Senhora das Graças e Marcelino Champagnat estão sem leitos disponíveis

Com o aumento expressivo e rápido no número de casos por Covid-19 em Curitiba, não é apenas a Rede Pública de Saúde que está em colapso. Nesta quarta-feira (9), os principais hospitais particulares da Capital registraram 100% de ocupação e estiveram com seus Pronto Atendimentos (PA) fechados para receber novos pacientes, seja qual for a enfermidade.

No Hospital Marcelino Champagnat, os 47 leitos de UTI (dos quais quase todos estão exclusivos para pacientes com Covid-19) e os 34 leitos de Enfermaria para a doença estão ocupados e, segundo nota enviada pela instituição, “já operam acima da capacidade instalada”.

O fato mais preocupante, segundo o hospital, é que o perfil dos pacientes mudou e por isso o tempo de recuperação tem sido mais longo. “Os pacientes que chegam ao hospital são mais jovens que os da primeira onda da pandemia, com sintomas mais graves e que, mesmo sem comorbidades, evoluem muito rápido para um quadro clínico que requer maiores cuidados, além de demandarem maior tempo de recuperação.”

No Hospital Nossa Senhora das Graças, todos os 50 leitos exclusivos para Covid estão ocupados. Por isso, o Pronto Atendimento também está fechado para novos pacientes. Segundo Flaviano Ventorin, diretor do hospital, as ambulâncias de Curitiba ficam avisadas para não se dirigirem ao PA do local. “Faz parte do plano de contingências avisar aos serviços de ambulâncias da Região”, afirma.

O Hospital Evangélico Mackenzie, que tem uma das maiores capacidades de atendimento contra Covid, também está com 100% dos seus leitos ocupados. São 51 vagas na UTI e 48 na Enfermaria, operando em capacidade máxima de ocupação. Segundo a instituição, há rodízio entre os hospitais que estão com atendimento restrito. Eles só recebem novos pacientes quando solicitados pelo programa Vaga Zero, o que os obriga a fazer o atendimento, mas não a internação do paciente.

Já o Hospital Vita informou que suas duas unidades (Batel e BR) estão com os Pronto Atendimentos abertos, e que não há superlotação. No entanto, não disse qual o percentual de ocupação dos leitos porque, segundo a Assessoria, a taxa tem mudado com muita rapidez.

O Hospital Santa Cruz também foi procurado mas não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre a ocupação dos leitos.

Medicamentos

Os hospitais também foram questionados sobre a falta de medicamentos e, segundo as assessorias, ainda não faltam insumos para os atendimentos.

No entanto, Flavio Venturin, que também preside o Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar), disse que, se as cirurgias eletivas forem autorizadas, é possível que medicamentos possam vir a faltar, “devido à grande demanda em todo o país”.

Ainda segundo Venturin, o sindicato já tenta, de maneira antecipada, procurar laboratórios e distribuidores para dialogar, “mas a compra e venda só será estabelecida quando realmente houver a falta e se estabelecer uma relação logística com distribuidores e hospitais de pequeno, médio e grande porte”.

Colaborou: Matheus Koga

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