Ato em memória do Holocausto tem presença de sobreviventes

A comunidade judaica promoveu no domingo (28) em Curitiba um ato memorial em homenagem às vítimas do Holocausto. Com participação de sobreviventes da perseguição promovida dos nazistas e de descendentes de judeus que estiveram nos campos de concentração e extermínio […]

A comunidade judaica promoveu no domingo (28) em Curitiba um ato memorial em homenagem às vítimas do Holocausto. Com participação de sobreviventes da perseguição promovida dos nazistas e de descendentes de judeus que estiveram nos campos de concentração e extermínio durante a Segunda Guerra Mundial, o evento foi organizado pela Confederação Nacional Israelita do Brasil (Conib), pela Federação Israelita do Paraná e pelo Museu do Holocausto de Curitiba.

Embora o ato solene tenha se voltado particularmente para o Holocausto do povo judeu, a intenção é lembrar a tragédia para que ela não se repita com nenhuma outra população. O racismo e o antissemitismo, nesse sentido, estão profundamente ligados, de acordo com o coordenador-geral do Museu do Holocausto, Carlos Reiss.

“Nós nos aproximamos de um momento chave da construção dessa memória, o momento em que não teremos mais sobreviventes do Holocausto vivos para contar essa história. Nós temos essa convicção de que esse genocídio tem um potencial educativo e transformador para as próximas gerações. Enquanto as pessoas conhecerem essa histórias e conseguirem tirar lições pra elas, a gente não vai esquecer essa tragédia”, afirmou ele.

Sobrevivente do Holocausto, Ariella Segre disse que uma lição a ser extraída da perseguição aos judeus é que precisamos sempre estar atentos a pequenas discriminações no dia a dia.

Ariella Segre, sobrevivente do Holocausto: atenção às pequenas discriminações do dia a dia. Foto: Maringas Maciel.

“Se a gente não presta atenção nos pequenos particulares da vida cotidiana e deixa pra lá pequenos sinais de discriminação, indiferenças entre as pessoas, se começa a desprezar um ou outro pela raça, pela religião, essas indiferenças se avolumam e ficam cada vez mais violentas”, disse ela.

“E nós não temos que deixar passar o mínimo dessas indiferenças. Seres humanos de qualquer cor, religião ou raça têm o mesmo direito à vida, a serem tratados humanamente. Ninguém é subumano. Somos todos iguais. O nazismo começou com pequenas diferenciações, com as pessoas dizendo que não cromariam numa loja, até chegar a um massacre”, disse Arella.

Para Claudio Lottenberg, presidente da Conib, a preservação da memória do Holocausto é um antídoto contra crimes semelhantes que possam ser cometidos no futuro, independente de quem sejam as vítimas.

“O Holocausto é uma das grandes máculas da história da humanidade. Existiu ali uma vontade liberada da extinção de uma raça, que não é raça no sentido biológico, mas cultural. Quando falamos de Holocausto, não falamos só dos judeus, mas sim de discursos de ódio, num momento de tanta beligerância”, afirmou ele.

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