Grande Curitiba receberá 106 mil pessoas para concurso da Polícia Civil

Prova, suspensa em 2020, será realizada em 300 locais da Capital e Região Metropolitana

A primeira fase do Concurso da Polícia Civil do Paraná (PCPR), que será realizada em 21 de fevereiro, conta com 106 mil inscritos. Todos precisarão vir a Curitiba e Região Metropolitana (RMC) para realizar as provas. A decisão vai na contramão da ação conjunta do Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR), da Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) e da Defensoria Pública da União (DPU), que pedem pelo adiamento do teste – já suspenso em 2020. 

Publicada em 5 de fevereiro, a recomendação dos órgãos é de que os exames sejam realizados apenas quando a taxa de contaminação da Covid-19 estiver menor, com a curva decrescente de óbitos. De preferência, em um momento em que uma parcela significativa da população já tenha sido vacinada.

Segundo a Polícia Civil, o início do processo seletivo precisa acontecer “em razão do déficit severo de servidores”. De acordo com a instituição, os mais de 300 locais de prova estarão centralizados na Capital e Região Metropolitana.

Isso fará com que os candidatos de outros Estados tenham que se deslocar para a Região, aumentando a concentração de pessoas circulando nas cidades e os riscos de contaminação pelo coronavírus. Conforme o edital, os locais das provas serão divulgados apenas em 17 de fevereiro, quatro dias antes do exame.

Para o infectologista e professor do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP), Marcelo Ducroquet, o maior risco de reunir mais de 100 mil pessoas de todo o Brasil na RMC, no mesmo dia, é trazer para Curitiba variantes do vírus que ainda não existem por aqui. Além disso, Marcelo aponta para outro problema: seguir as medidas de segurança sanitária no início e fim da prova, que é geralmente onde acontecem as aglomerações – registradas durante o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na Capital. “Durante a aplicação do exame é o mais fácil. Será um problema se eles não tiverem lugares suficientes. Para fazer direito vai dar trabalho”, avalia.  

Conforme a PCPR, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) – instituição que conduz o processo seletivo – desenvolveu um plano de biossegurança aprovado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-PR), que dispõe das regras sanitárias que deverão ser seguidas no dia do exame. 

Além das provas objetivas, os candidatos terão que passar por um teste de títulos, saúde, aptidão física e um exame de investigação de conduta. O concurso tem 400 vagas, sendo 50 para delegado, 300 para investigador e 50 para papiloscopista. 

Com o grande número de inscritos já se esgotaram as vagas em hotéis, pousadas e outras opções de locação em Curitiba.

Colaborou: Maria Cecília Zarpelon

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