Vítima de gordofobia a vida toda, a advogada Daniele Biondo Crocetti não é de meias palavras: para se definir, usa a palavra “gorda”. Não “gordinha”, mas gorda. Faz parte da defesa dela de que não há nada de errado em alguém que está acima do peso, que está fora dos padrões. E nem comece a falar com ela que se trata de uma questão de saúde – ela brinca que vai começar a andar por aí com os exames de sangue para mostrar a quem vier com essa conversa.
Gorda desde pequena, Daniele enfrentou de fato um problema de pressão aos 25 anos. Foi ao médico e saiu de lá em questão de minutos com uma ordem para fazer uma cirurgia bariátrica. Segundo ela, nunca alguém disse o que iria acontecer se ela fizesse a cirurgia. “Só falaram o que ia acontecer se eu não fizesse”, conta ela, anos depois, ao quadro “Pelos Meus Olhos”, do Plural.
Gordofobia, magreza e sofrimento
Daniele fez a cirurgia, emagreceu absurdamente, a ponto de, segundo ela, ficar esquelética. Mas a magreza não fez dela uma mulher mais feliz. “Eu via a satisfação no olhar das pessoas”, conta ela. Todo mundo achava que ela devia ser magra, menos ela. A cirurgia tinha sido um resultado da gordofobia, não da vontade dela.
Depois de perder cabelos e enfrentar uma série de consequências negativas da bariátrica, ela voltou ao cirurgião e mandou afrouxar a banda gástrica, algo que o médico classificou como loucura.
Mas ela estava decidida. E gostou do resultado: quando começou a ganhar peso, a ver a gordura se acumulando nos lugares que ficaram descarnados, Daniele conta que comemorou. “Opa! Eu estou voltando!”
No vídeo dirigido por Tami Taketani e Luciana Mello, ela conta sobre essa saga, desde o preconceito que sofreu no trabalho até a vida feliz que tem hoje com marido e filha. E deixa um recado: que as mulheres gordas nunca critiquem o próprio corpo na frente de meninas mais novas.
Preconceito
O vídeo faz parte do projeto “Pelos Meus Olhos”, em que o Plural ouve pessoas que por algum motivo enfrentam preconceitos. Você pode ver os episódios com o anão Cláudio Castro e com Camila Fabro, vítima de AVC e autora da coluna Desmiolada.
Sobre o/a autor/a
Eu fiz o baypes a 8 anos foi a pior coisa que fiz e uma diarréia anemia mal estar essa bariátrica mexe com todo organismo da pessoa não aconselho ninguém se eu tivesse condição hoje eu iria reverter
Tou com 46 dia de baypass tou tão arrependido que tou pensando em tirar aminha própria vida passando mau direto direto e pió eu sei que isso só vai piorar bariátrica e troca uma doença pela outra não recomendo pra ninguém e melhor viver com diabetes e pressão alta mil vezes
Bom eu fiz e emagreci , porém meus dentes por causa do p h do estômago cariados de uma vez só após 3 anos e no quarto ano vivo assim ou com diarreias constantes pq tudo faz mal … leites queijos bolos massas tudo ou tenho constipação a tal ponto de dar fissuras anais . Sempre sofrendo com muita dor e tb cólicas no estômago e no intestino. Os gases são de matar pq mexe em toda estrutura interna . Foi a pior coisa que fiz . Penso em reverter.
Lamento muito o que você está passando Lilia. Um abraço, Rosiane
Minha filha, tem 21 anos e vai fazer bariatrica no mês de dezembro de 2022, estamos tranquilas, e vivendo um dia de cada vez já deu certo, sinto que ambas estão preparadas pro processo. Sei que não vai ser fácil más vamos seguir juntas toda vida ela foi obesa.
A vida é feita de escolhas cada um escolhe o que é melhor para si ninguém tem o direito de criticar porque cada um dá conta dos seus atos se a Daniele acha que ela ser gorda é bom para ela então é porque é bom para ela e para mim a gordura não é boa tenho 61 anos e vivo um problema sério por causa da obesidade são dores sem fim da osteoartrite pressão alta alergias e outras coisas mais quando quando tive oportunidade de fazer uma bariátrica não fiz e hoje me arrependo
Eu fiz bariátrica e faria tudo de novo pois a bariátrica me trouxe a vida de novo hoje consigo ter saúde pressão boa não tenho diabetes mais isso não tem preço graças a deus e minha equipe nutricional que me ajuda muito 32 kilos off muito feliz minha melhor escolha
“Violação do seu estereótipo”… kkkk. Obesidade mórbida não é nem nunca foi estereótipo. “Reverteu a cirurgia” o que ela fez foi encher o rabo de comida de novo, isso sim. É surreal o vitimismo, a anticiencia e a acomodação que esses “movimentos” de obesas frustradas promove.
OK.
Só espero que ela não tenha usado dinheiro público, fazendo pelo SUS.
Se pagou com seu dinheiro, tudo certo. Obrigado por compartilhar a experiência.
Vejam como são as situações. Eu fiz bariátrica e faria novamente se fosse preciso. A matéria me traz a constatação de que o problema da obesidade não está necessariamente no estomago e sim na mente das pessoas.
Bacana e necessário o testemunho. Obrigada e parabéns à Dani por reagir à violação de seu estereótipo.