Funcionários relatam infestação de ratos na UPA Sítio Cercado. Veja vídeo

Profissionais denunciam ausência de condições de saneamento e falta de água nas unidades de saúde de Curitiba

“É desumano, é um desrespeito, uma vergonha. O mato está entrando pelas janelas e em consequência [vem] junto ratos, baratas etc… Se está assim infestado de ratos imaginem se as caixas de água estão sendo devidamente limpas”, retrata Milena*, servidora da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sítio Cercado, em Curitiba. Nomes fictícios serão utilizados na reportagem para preservar a identidade dos funcionários e evitar represálias.

Débora*, que é enfermeira na UPA Sítio Cercado há nove anos, conta que a aparição mais frequente de ratos na unidade começou logo no início da pandemia. Segundo a funcionária, os animais, que geralmente são grandes e vêm em conjunto, estão sempre pelo estacionamento e lixeiras da UPA. “Ontem percebi dois de médio porte. Tem até carros de funcionários com os fios do motor roídos pelos ratos”, afirma. 

A enfermeira já procurou a autoridade sanitária da unidade para reclamar sobre a situação. Uma equipe do Centro de Controle de Zoonoses foi encaminhada ao local, mas, segundo Débora, os ratos continuam aparecendo.

Para Marlene*, o principal problema é que a vegetação que cobre o externo das unidades de saúde da cidade não é aparada. “A higienização interna é boa, mas as unidades estão com mato alto e sem manutenção nenhuma”, destaca. 

Por enquanto, o caso da infestação de ratos só foi relatado por funcionários da unidade do Sítio Cercado.

Falta de água

Servidores da saúde também denunciaram a falta de água nas unidades da capital. Segundo eles, além de constante, a situação vem se intensificando desde outubro deste ano. “Se não bastasse os dias que trabalhamos sem água pra beber, pra lavar as mãos, com banheiros sujos. E a população bebendo água da torneira, pois foi retirado todos os bebedouros. Já não aguentamos trabalhar assim.”

No dia 15 de outubro, a vereadora Carol Dartora (PT) visitou a unidade do Umbará e da Estrela, no Fazendinha, que relatavam também a escassez do recurso hídrico. Na época, a parlamentar afirmou que continuaria monitorando e denunciando o cenário das UPAs de Curitiba.

Também em outubro de 2021, o vereador Marcos Vieira (PDT) chegou a fazer um requerimento de pedido de informações oficiais à prefeitura sobre a situação de falta de água nas unidades.

Na época, o município informou que não era possível prever a falta de água nas unidades por conta de diversos condicionantes, como por exemplo o número variável de atendimentos prestados; prazo inexato de início e término do rodízio da Sanepar; e a rede de abastecimento das unidades não ser exclusiva. 

Quando notificada sobre a falta de água, a prefeitura gera um protocolo de atendimento para encaminhar um caminhão pipa, que tem prazo de quatro a seis horas para ser cumprido.

Resposta da Saúde

Questionada sobre a infestação de ratos na UPA Sítio Cercado, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que a unidade recebeu o serviço de desratização na última segunda-feira (6/12). A pasta também destacou que “possui contrato vigente para realização de controle de pragas e vetores para todas as unidades, serviço esse que inclui procedimentos para o controle de roedores”.

“O objetivo do controle de pragas e vetores é alterar o ambiente inviabilizando a permanência dos roedores, nos dias subsequentes a realização do procedimento é comum que alguns roedores sejam vistos em torno da região, é o comportamento natural do animal em busca de novo abrigo”, informou a secretaria, por meio de nota.

A respeito da falta de água, a SMS salientou a situação de rodízio de água em Curitiba e Região Metropolitana. “Sempre que identificada a falta de água em algum equipamento, a SMS aciona a Sanepar para realizar o envio de água por caminhão pipa”.

Reportagem sob orientação de João Frey

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