Neste domingo (01) eleitores de Curitiba foram às urnas para eleger os conselheiros tutelares da cidade para um mandato de quatro anos. Até o meio da tarde não havia registros de intercorrências e muitas pessoas participaram do processo pela primeira vez.
Ao longo do processo eleitoral vereadores chamaram atenção da prefeitura de Curitiba para que fosse feita divulgação mais ampla do pleito. O Plural preparou uma cobertura especial com estudantes de jornalismo para tratar do tema.
O Ministério Público do Paraná (MPPR) usou os televisores dos ônibus biarticulados para orientar quanto denúncias de irregularidades e pelas redes sociais outros órgãos também informaram sobre as eleições.
Muitos eleitores, porém, ficaram sabendo do processo em grupos de aplicativos de mensagens, como o WhatsApp. Uma delas é a publicitária Camila Brasil, que votou na regional do Portão.
“Até então eu nem tinha ouvido falar no que era, mas em um grupo de família foram colocadas algumas questões e sobre nossos valores também então eu acreditei que foi importante. Eu não sabia inclusive que poderia votar. Eu achava que apenas pessoas que tinham filhos poderiam votar”, disse.
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A empresária Thais Boldt também vou mobilizada por meio de grupo de Whatsapp. “Estou votando pela primeira vez porque neste grupo houve um incentivo para a gente participar […] Eu acho que a gente tem que defender nossos direitos, aquilo que a gente acredita, é importante a comunidade participar, ser ativa, ser interessada pelas coisas que estão acontecendo né?”.
Conservadores
A movimentação em grupos com fechados também foi o que motivou Cintia Accioly, analista de RH, a ir escolher uma candidatura. “Eu fiquei sabendo da votação este ano e achei que era importante por conta das pautas que são discutidas e […] fiquei impelida a vir pelo que acredito, nas pautas que são as minhas, de direita conservadora. Eu pretendo votar nas próximas eleições porque eu não conhecia na verdade, eu era bem alheia a isso, mas entendi a importância do conselheiro tutelar e pretendo vir agora sempre”, explicou.
O pastor Julio Silva, que votou na regional do Portão pela primeira vez, disse que o que motivou a ida foi a candidatura de um amigo. “Eu creio que também em função do próprio momento do país, a questão da família, eu defendo a família, eu defendo a vida, então tudo isso a gente está achando importante a sociedade se mobilizar nesse sentido”.
Cidadania
Nas últimas eleições para o Conselho Tutelar em Curitiba participaram mais de 27 mil eleitores. Existe expectativa de que a cifra seja superada porque há pessoas que se interessaram pela atuação do Conselho Tutelar há pouco tempo.
O médico Luis Roberto Santos, por exemplo, soube das eleições pelas redes sociais e acha ficou curioso com a discussão. “A gente tem que exercer a cidadania em todos os níveis porque se a gente não se envolve alguém vai escolher por nós”.
A professora de filosofia Mônica Castro percebeu há tempos a importância da participação da população em eleger os conselheiros tutelares. Ela há votou em três eleições. “A escola é a instituição mais importante para gente poder acompanhar o desenvolvimento intelectual das crianças e adolescentes e depois do que aconteceu com este país no governo Bolsonaro a gente tem que prestar mais atenção ainda porque este fundamentalismo religioso está prejudicando as nossas crianças ao invés de protegê-las”.
A votação encerra às 17h em todo Brasil e apuração acontece na sequência. Em Curitiba a contagem dos votos será feita na Fundação de Ação Social (FAS).
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A cobertura das eleições do Conselho Tutelar é feita pelo Plural, coordenada pela CEO Rosiane Correia de Freitas com apoio de estudantes de jornalismo de Curitiba.
Texto com supervisão das jornalistas Aline Reis e Cecília Zarpelon.