“Dinheiro e vale-gasolina em troca de votos”: Justiça cassa vereador de Goioerê

Segundo o MP, vereador ofereceu vale-combustível, exames médicos, viagens e consultas gratuitas com advogados em troca de votos

A Justiça Eleitoral cassou na sexta feira (6) o mandato do vereador de Goioerê Walter Fernandes Martins – Tenente Martins (DEM) por compra de votos e abuso de poder nas eleições de 2020. Foram condenados também outros oito suplentes do candidato e, de acordo com a lei da Ficha Limpa, todos ficarão inelegíveis por oito anos. Além da cassação, o ex-vereador terá que pagar uma multa de R$ 53 mil embora tenha sido já alvo de uma investigação do MPE por improbidade administrativa na eleição de 2016.

Segundo as investigações do Ministério Público Eleitoral, o Tenente Martins e os outros oito suplentes do DEM ofereceram aos eleitores vale-combustível, exames médicos, viagens e consultas gratuitas com advogados em troca de votos nas eleições municipais de 2020. As câmaras de segurança gravaram a entrada de várias pessoas numa escola situada na frente do comitê eleitoral de Martins, de onde saíram rapidamente com dinheiro na mão após terem entregado uma cópia dos seus documentos eleitorais. De acordo com os investigadores, os candidatos à eleição teriam gastado ​​pelo menos 25 mil reais para cobrir estas despesas.

Não é a primeira vez que o Tenente Martins se envolve em escândalo relativo as eleições. No mandato anterior, ele foi eleito Presidente da Câmara dos Vereadores de Goioerê, embora logo depois da campanha eleitoral de 2016 tenham surgido várias irregularidades respeito à sua candidatura. Em particular, o Ministério Publico recebeu uma denúncia de um fotografo que tirou varias fotos de um assessor legislativos da Câmara adesivando veículos de apoio à reeleição do Tenente Martins durante o seu horário de trabalho. Estas fotos realmente demonstravam que o funcionário público Ederson Nunes de Azevedo estava fazendo campanha para o vereador em frente à Câmara de Goioerê. Segundo depoimento do fotógrafo ao MP, o assessor Ederson Nunes teria adesivado carros durante três dias consecutivos durante seu horário de trabalho.

Aos promotores de Justiça, o então Presidente da Câmara dos Vereadores Tenente Martins afirmou que Ederson Nunes “trabalhou em todas as campanhas porque é um exímio adesivador de carro” mas ele teria ajudado o vereador apenas nos finais de semanas. Os investigadores não acreditaram a esta versão e no fundo de uma das fotografias, porém, notaram que havia “vários pedreiros trabalhando”, então não era “crível que o Ederson era usado para adesivar carros, dentro e fora do horário do expediente”. 

Esse foi um dos elementos que levaram a Juíza de Direito Fabiana Matie Soto a condenar o Tenente Martins por improbidade administrativa e a suspender os seus direitos políticos por três anos. Posteriormente, o Tribunal de Justiça reduziu a pena pela metade. Por outro lado, Ederson Nunes continuou muito próximo do Tenente Martins, participando financeiramente em sua campanha eleitoral para as eleições de 2020.

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