Curitiba mantém bandeira laranja com indicadores de alerta vermelho

Número de novos casos caiu, mas total de pacientes internados e óbitos permanecem em alta

No dia 12 de março o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, fez um pronunciamento no qual declarou atender um apelo de sua secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak, e decretar lockdown. Naquele dia 1331 pacientes com suspeita ou caso confirmado de Covid-19 estavam internados em leitos da cidade ou aguardando um lugar nos hospitais da capital. No pronunciamento o prefeito disse que suas equipes de saúde estavam exauridas e que os leitos abertos nos últimos dias já haviam sido ocupado.

Na realidade, naquele momento o sistema de saúde da capital tinha 30% a mais de pacientes Covid-19 do que sua capacidade de atendimento. As escolas, a indústria e várias outras atividades e tipos de comércio tiveram seu funcionamento suspenso num esforço para conter o avanço da doença. Não era um lockdown de verdade, mas reduzia significativamente a circulação de pessoas pela cidade.

A bandeira vermelha foi mantida por 22 dias, com algumas alterações nas restrições durante o período. Pouco mais de um mês depois, a cidade está sob bandeira laranja, com as escolas particulares abertas, além do comércio em geral. E o transporte coletivo voltando a ter passageiros no mesmo patamar anterior ao “lockdown” de Greca.

Mas será que a situação melhorou?

Os dados da própria prefeitura mostram que há, de fato, uma redução no número de novos casos. Mas o número de óbitos por semana está acima do patamar anterior. Assim como o número de pessoas internadas com Covid-19.

A cidade tem mais leitos abertos e não está mais sob colapso do ponto de vista formal (o total de pacientes é, na teoria, menor que o número de vagas disponíveis). Mas desde 12 de março as equipes de saúde não tiveram nenhum descanso significativo, uma vez que os leitos permanecem com mais de 90% de ocupação e o volume de pacientes não retrocedeu.

No entanto, alguns indicadores passaram a registrar nos últimos dias piora. É o caso da fila de pacientes por leitos, que depois de quinze dias em retração voltou a subir. O índice de ocupação real dos leitos Covid-19 (que contabiliza além dos pacientes internados, os que estão em leitos comuns e os que aguardam atendimento), que havia chegado a 93%, voltou a subir e chegou a 98%.

O atual decreto que estabelece os critérios da bandeira laranja em Curitiba se encerra no próximo dia 22, e deverá ser renovado, mantendo o alerta pelas próximas semanas.

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