Contratação de Cuca revolta torcedoras do Athletico

Treinador foi acusado de estuprar adolescente junto com outros jogadores; condenação foi anulada por tribunal da Suíça

O anúncio da contratação do técnico Cuca pelo Athletico Paranaense caiu como uma bomba para as torcedoras do time. Expulso no ano passado do Corinthians pelas denúncias de que teria participado de um estupro coletivo na Suíça, em que a vítima era uma adolescente, Cuca não havia sido chamado por mais nenhum time. Agora, porém, substituirá o colombiano Juan Carlos Osorio no comando do clube paranaense.

As torcedoras do time, assim como torcedores de visão mais progressista, se disseram chocadas com a contratação. O Plural conversou com uma torcedora consternada ao telefone. “A gente nunca podia esperar uma coisa dessas, ainda mais no ano do centenário. Pra que fazer algo assim, que vai criar um clima insuportável no estádio?”, perguntava ela

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Parte do clima no clube pode ser percebido pelo fato de que a torcedora preferiu não se identificar. Bastante presente na vida do Athletico, ela disse que tem visto muitas amigas torcedoras sendo objeto de sarcasmo e truculência nas redes sociais por se posicionarem contra Cuca. “Ninguém sabe o que pode acontecer com esse clima. A gente está com medo”, disse ela.

Algumas torcedoras célebres do time se manifestaram nas redes. A advogada Carla Karpstein disse que o clube pode inclusive ter problemas com patrocinadores.

A jornalista Tabata Viapiana, cuja família sempre foi parte da vida do Athletico, disse que vai cancelar seu título de sócia. “Nunca senti tanta vergonha de ser atleticana, vou me cancelar meu sócio e não contem comigo para mais nada”, afirmou.

O perfil do coletivo Athleticanissimas, que reúne torcedoras do clube, publicou uma logo do Atlético apenas com a cor negra, decretando uma espécie de luto pelo time.

As torcedoras lembram que, além de tudo, o time faz esse movimento no Mês da Mulher. Algumas se perguntaram se o Atlético vai colocar o técnico para mandar uma mensagem para a torcida no Dia da Mulher, que ocorre nesta sexta.

“O pior é que não temos aqui a força da torcida do Corinthians”, afirmou uma torcedora ao Plural. Segundo ela, aqui o presidente Mario Celso Petraglia tem força para mudar o nome do próprio time e o nome do estádio – rebatizado na semana passada em homenagem ao dirigente. “Temos uns 20% de torcedores e torcedoras revoltados. Mas isso não vai bastar”, disse ela.

O crime repercutiu inclusive no meio político. A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, afirmou que a contratação de Cuca, ainda mais na semana da mulher, é estarrecedora.

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