Começou, no último sábado (23), a oitava edição da Semana Lixo Zero de Curitiba. A programação conta com atividades de sensibilização da população ao tema e à conceituação do que é o Lixo Zero.
O termo não significa que a população deva parar de consumir e que resíduos não devam ser produzidos. “Lixo Zero diz respeito ao que a gente deve desviar do aterro sanitário, os resíduos recicláveis e os compostáveis”, diz a advogada socioambientalista e embaixadora do Paraná Lixo Zero, Flávia Sotto Maior.
De acordo com a advogada, os orgânicos compostáveis representam mais da metade dos resíduos produzidos nas residências. Tudo isso vai para o aterro sanitário e se mistura com resíduo reciclável, impedindo ou dificultando que ele seja de fato reciclado. O resíduo que poderia virar adubo se mistura também com resíduos especiais perigosos, causando um grande problema ambiental. Lixo Zero é, na verdade, separar e destinar corretamente os resíduos, de forma que apenas aquilo que hoje que não pode ser reciclado ou compostado vá para o aterro sanitário.
“Esse período, a Semana Lixo Zero em Curitiba, é justamente para isso, para olhar para a nossa sociedade, para como a gente consome, descarta e produz lixo, porque o lixo é quando os resíduos estão misturados, inviabilizando a reciclagem e compostagem. Então a grande missão é que a gente não deixe nossos resíduos virarem lixo”, explica Flávia.
Entre 23 e 30 de outubro, Curitiba conta com atividades para adultos e crianças, como oficinas de reciclagem, construção de hortas, brincar sem pilhas, palestras e exibição de filmes. A programação completa pode ser vista em paranalixozero.com/programação.
Cidade Lixo Zero
Separar e destinar corretamente os resíduos não é um trabalho apenas individual, mas algo que deve ser pensado em termos de comunidade, de escola, de empresa, de instituições e de cidade.
Florianópolis, por exemplo, hoje economiza R$6,6 milhões por ano em aterro sanitário. Em 10 anos, a expectativa é que o ganho com a destinação correta dos resíduos seja de R$40 milhões. A cidade, referência Lixo Zero no país, assumiu o compromisso compostar 90% dos resíduos orgânicos e reciclar 60% dos resíduos secos recicláveis até 2030.
“O Lixo Zero entra para os municípios como algo que faz uma melhor gestão, mais equilibrada ambientalmente, mais adequada, mais racional e também gera economia para os órgãos públicos”, afirma Flávia.
Paraná Lixo Zero
Em 2019, a data também entrou no calendário oficial do estado. Neste ano, as atividades ligadas à sensibilização da população acontecem em 17 municípios do estado.
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