Até quebrar o carro ficou mais caro depois do reajuste dos combustíveis

Alta dos combustíveis provoca aumento no preço do serviço de guincho em Curitiba

A Petrobras divulgou nesta sexta-feira (18) uma nota à imprensa em que defende o reajuste de preços de combustíveis de acordo com o mercado internacional de petróleo. A estatal brasileira informou que esse movimento é necessário para evitar riscos de desabastecimento. A perspectiva de um novo aumento preocupa os trabalhadores de Curitiba.

A Petrobras informou que os reajustes anunciados no dia 10 de março, aumentos de 18% na gasolina e de 24,9% no óleo diesel, foram uma resposta à disparada dos preços internacionais, resultante da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro.

O reajuste provocou filas nos postos de combustíveis e pesou no bolso do curitibano. Um dos setores impactados foi o dos operadores de guinchos. Muitos deles prestam serviços terceirizados para as seguradoras de veículos, mas a remuneração da tabela não foi revista após o aumento do diesel, que tornou o negócio inviável para eles.

Na última semana, por exemplo, a empresa J.Bosco Guinchos, deixou de atender três seguradoras. “Estou negociando com as seguradoras, mas no momento não tem como atender, não. Se antes fazíamos 40 quilômetros com R$ 150 de combustível, hoje precisamos de, no mínimo R$ 200 e a tabela de renumeração das seguradoras não é reajustada há mais de um ano”, critica a proprietária Amanda Barbosa.

A empresa tem 3 guinchos e teve deve subir o valor cobrado dos clientes após os aumentos sucessivos no valor do diesel. A Moro Guinchos, que fica no Portão, também precisou atualizar os preços.

A saída para “puxar” pesados (caminhões e ônibus) está em R$ 500 e para leves (carros) R$ 150, mais a quilometragem rodada para o resgate. Apesar da revisão dos valores, 70% dos custos da empresa é destinada para pagamento do diesel.

“Nós temos um grupo com 23 guincheiros que atendem em Curitiba. A situação está difícil para todos e quase inviável de trabalhar. Eu mesmo vou vender um [guincho] pesado porque está muito caro para trabalhar”, lamenta Marcos Moro.

Seguradoras

A maioria das seguradoras trabalha com parceiros para atender os clientes em situações que demandam guinchos. Embora não haja uma estatística oficial, boa parte delas está com dificuldades para encontrar guincheiros parceiros.

“Várias seguradoras reduziram o número de prestadores. Esse número caiu porque o valor repassado ao guincheiros acaba sendo baixo em relação ao custo do combustível”, explicou a corretora Vanessa Pires, que tem 22 anos de mercado.

Isso faz com que as empresas encontrem alternativas para não deixarem de atender aos clientes. “O que está acontecendo muito é a seguradora pedir para o cliente encontrar o guincheiro e aí com a nota fiscal fazer o pagamento”, revela Moro.

Com informações da Agência Brasil

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