Neste domingo (8), Tito Barichello (União) foi o único deputado que participou da marcha contra o aborto organizada pelo Instituto Luzeiro. A forte chuva de Curitiba desanimou os demais parlamentares de direita, que assinaram a moção contra o ADPF 442 em defesa da vida, de participar ao ato que começou as 14 horas na praça Tiradentes e acabou duas horas depois na praça Nossa Senhora de Salete. Nenhum dos integrantes do Frente Parlamentar Pró-Vida, que foi lançado no último dia 26 de setembro na Assembleia Legislativa do Estado, se juntos aos manifestantes. Apesar das tempestades quase 500 pessoas compareceram na caminhada e na fala final na frente do Palácio Iguaçu, incluindo o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo).
“Nos Estados Unidos, o aborto foi um grande genocídio silencioso com 65 milhões de casos e agora também nós estamos em momento decisivo na luta pela vida”, disse o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato em seu discurso. “Nós vemos pessoas querendo defender os ovos de tartarugas marinhas mas ao mesmo tempo querendo matar vidas humanas”, continuou Dallagnol citando o mesmo exemplo que durante o lançamento do Frente Pró-Vida foi mais de uma vez usados pelos palestrantes.
Também estava presente sua esposa, Fernanda Dallagnol, que além da filiação ao Novo tem sido frequentemente associada nas últimas semanas a uma possível candidatura à prefeitura de Curitiba. A sua presença representa a primeira aparição pública em um evento ao lado do marido após a cassação do seu mandato pelo Tribunal Eleitoral e pode ser considerada a primeira tentativa de aproximação ao eleitorado.
O deputado estadual Fabio Oliveira (Podemos), ex-companheiro de partido de Dallagnol e coordenador da Frente Pró-Vida, também se ausentou. Por outro lado, o vice-coordenador do grupo, Marcio Pacheco (Republicamos), optou por participar à marcha contra a descriminalização do aborto organizada em Cascavel, sua cidade natal.
Leia no também: Mulheres de Curitiba contra a criminalização do aborto
O único deputado que participou ao ato deste domingo é Tito Barichello (UNIAO), o ex-policial civil que nos dias anteriores ao evento publicou um vídeo em suas redes sociais onde afirmava que “o aborto é a morte da vítima mais inocente que existe”. Em uma outra postagem, havia uma foto do deputado junto com sua esposa com fuzis de assalto nas mãos e uma escrita contra o aborto abaixo da imagem. Barichello faz parte dos 40 parlamentares estaduais paranaenses que assinaram uma moção contra a ADPF 442, que prevê a discriminação do aborto até a 12ª semana de gestação e que será votada pelo STF nas próximas semanas.
O ato em Curitiba contou com a participação de um grande número de evangélicos e católicos. Durante o evento também intervieram vários representantes da Casa Pró-Vida Mãe Imaculada de Curitiba, entre eles o padre Silvio Rodrigues que já havia se destacado durante o lançamento do Frente Pró-Vida por ter afirmado que o aborto fazia parte da grande estratégia da humanidade para o “controle de população”. Antes de encerrar a manifestação, um médico realizou um ultrassom na barriga de uma gestante para que todos pudessem ouvir o batimento cardíaco do bebê. Os participantes disseram um “amém”.
Sobre o/a autor/a
