É uma delícia jantar no Baba Salim às segundas-feiras, mesmo sozinha
O restaurante árabe com jeito de bar boêmio, em atividade desde 1998, é perfeito para uma refeição sem frescura nem susto na hora de pagar

Falar do Baba Salim pode não soar como novidade. Mas, como as coisas mudam ao longo do tempo, é válido. O restaurante-bar, ou boteco boêmio com comida libanesa (comumente chamada de árabe), está aberto há 25 anos em Curitiba e funciona às segundas-feiras, quando são raras as opções para jantar fora. Ele, o “Baba raiz” na Rua Amintas de Barros, foi a minha escolha para uma noite em que saí sem companhia (existe um outra unidade na rua Dr. Faivre).
Baba Salim
No passado, frequentei o local algumas poucas vezes e há tempos não aparecia por ali. Tentei até ir uns dias antes deste jantar, mas estava lotado. Aqui fica a primeira dica, são poucas mesas, 11 apenas, mais um pequeno balcão que funciona como espaço de espera para os agraciados no começo da fila. No total, são menos de 50 lugares, se você bobear e não chegar cedo vai precisar de paciência ou topar beber em pé do lado de fora. Eu indico ir sem pressa e entrar.

Como eu não estava a fim de arriscar e sabia que o Baba não aceita reservas, fui cedo, às 19h em ponto. Ao olhar pela janela na entrada, com moldura verde e cortininhas brancas, deu para ver duas mesas vazias. Peguei uma delas inteiramente para mim e rapidamente a outra já foi ocupada. Um garçom passou e deixou um cardápio na minha mesa, sem cerimônia mesmo, e logo o simpático Jamal Chiah veio pegar o meu pedido. Ele é o dono do lugar e teve a paciência de me falar sobre os pratos e explicar os preços (muitos estão retocados à caneta e não dá para entender), além de insistir para eu deixar de lado a indecisão e provar a Soda Árabe com xarope de romã (R$ 16,90). Topei. Mas foi a versão sem álcool, afinal, era segunda-feira. A bebida é bem doce.
Custo-benefício de dar água na boca
Feito o pedido, deu para prestar atenção ao ambiente. A decoração tem uns toques “das arábias” com narguiles, jarros, espadas, fotos, quadros, uma ou outra luminária colorida, câmeras fotográficas “retrôs” e bonequinhos de camelos no balcão. A luz geral é aconchegante, dá para notar uma música ao fundo, entretanto o que se ouve mesmo é o ruído das pessoas comendo e conversando. O Baba não é chique, não é lugar para quem “causar” nas redes sociais, mas tem pratos com um custo-benefício de dar água na boca sem o bolso doer.

O cardápio tem opções de R$ 4 até R$ 59, entre elas estão saladas, carnes, pastas, sanduiches, porções, quibes e pizzas. Pedi um couvert de pastas (Hommus, grão de bico com tahine; Labana, coalhada seca; e Babaganouch, berinjela defumada com tahine) com pão árabe (R$ 29) e três esfirras abertas, uma de queijo, uma bolonhesa, e uma Zaatar (R$ 4 cada). O azeite de oliva fica nas mesas, dá para usar e abusar. Não sou uma grande conhecedora dessa culinária, mas dá para dizer que as pastas estavam bem saborosas, a Babaganouch é sempre a minha preferida e não me decepcionou: estava uma delícia. Foi a primeira vez que vi uma esfirra de Zaatar, provei e gostei; já a de bolonhesa é um pouco pesada.
Sobrou comida
Ao me deparar com o preço de quatro reais por cada esfirra, achei que eram pequenas. Foi ingenuidade, elas são do tamanho que em geral se encontra por aí. Em bom português, isso significa que sobrou muita comida. Ainda bem que observei uma senhora retirando no balcão uma pizza libanesa, isso serviu de pista sobre a existência de embalagens. Ufa, caso contrário seria um desperdício e tanto.
O mais bacana
Os pratos que pedi eram suficientes para duas pessoas, entretanto, só eu fui jantar e isso acabou sendo a coisa mais bacana por ali. Toda mulher que sai para um bar ou vai a um restaurante sozinha, mesmo hoje e em Curitiba, já deve ter se sentido um E.T. A situação parece tão incomum quanto a chegada de um extraterrestre, gera olhares temperados por espanto ou com pressuposições indigestas.
No Baba Salim isso não aconteceu. Ninguém deu muita atenção ao fato de eu ter saído para jantar com a minha melhor companhia: eu mesma. Fui tratada na mesma medida que qualquer outro cliente e não notei sequer uma mesa virando os olhos para o meu lado. Mais pessoas jantavam sozinhas em outras mesas, eram homens e não estranharam minha presença. Sem dúvida, isso deu um sabor especial à noite.
Baba Salim da Amintas de Barros
Endereço: R. Amintas de Barros, 45 – Centro, quase em frente à entrada do miniauditório do Teatro Guaíra. Existe mais uma unidade do restaurante que serve almoços chamada Bait Nahza, na rua Dr. Faivre.
Telefone: (41) 3222-7672
Site oficial: https://babasalim41.vtto.com.br/home
Perfil no Facebook: https://web.facebook.com/babasalimoficial/
Horário: de segunda-feira a sábado, das 18h às 23h00. Não abre aos domingos.
Estacionamento: Sim, na mesma quadra do restaurante, não tem convênio.
Avaliação do Plural: ⭐⭐⭐
(⭐- razoável, ⭐⭐ – bom, ⭐⭐⭐ – excelente, ⭐⭐⭐⭐ – fenomenal)
Opções de serviço: no local, para viagem e entrega (via iFood, com o nome Bait Nahza)
Ambiente: Simples e simpático. São apenas 11 mesas e um pequeno balcão. Não é instagramável. O horário oficial de funcionamento encerra às 23h, porém fecha mais tarde nos dias concorridos.
Ruído: Médio, dos clientes comendo e conversando.
Principais pratos: esfirras, quibes, saladas, pizzas e pastas árabes.
Vegano/Vegetariano: Sim, tem opções como a esfirra de Zaatar e salada salada fatuche.
Bebidas: Destilados, alguns drinks, cervejas, energéticos, sodas árabes (com ou sem álcool) água, chás, sucos e refrigerantes.
Sobremesas: Ataif (massa assada, recheada com chocolate ao leite, com gergelim e calda de chocolate), por R$ 9,80.
Preço: $
(Valor do prato principal mais barato com bebida não alcóolica: $ – até R$ 30 por pessoa, $$ – entre R$ 31 e 80 por pessoa, $$$ – entre R$ 81 e 150 por pessoa, $$$$ – mais de R$ 151 por pessoa)
Espaço Kids: não tem
Pet friendly: não
Público LGBTQIA+: bem-vindo
Acessibilidade: ♿
Pouquíssimo espaço para circulação e degrau irregular na entrada.
(♿ – pouca ou nenhuma acessibilidade, ♿♿– acesso facilitado, ♿♿♿ – acessibilidade excelente)
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