AGU pede condenação de 12 paranaenses por ônibus enviados a atos antidemocráticos

Apenas um dos inicialmente investigados teve o nome descartado em investigação sobre financiamento de ônibus e caravanas para Brasília

Doze dos 13 paranaenses com bens bloqueados pela Advocacia-Geral da União (AGU) por financiarem ônibus para avolumar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília, podem ser condenados a pagar pelos danos materiais contra os prédios públicos depredados.

Nesta segunda-feira (13), o órgão pediu à Justiça a conversão da medida cautelar em ação civil pública e a condenação de 59 nomes ao pagamento conjunto de R$ 20,7 milhões pelos prejuízos materiais causados no maior atentado à democracia brasileira desde o fim da ditadura militar.

Apenas um dos paranaenses inicialmente citados pela AGU foi excluído do polo passivo da ação. No estado, continuam como supostos responsáveis uma empresa, uma associação e um sindicato, além de outras 9 pessoas:

–Sindicato Rural de Castro (não retornou ao pedido de esclarecimento);

–Associação Direita Cornélio Procópio (o único contato relacionado não atendeu ligações);

–RV da Silva Serviços Florestais, em Piraí do Sul (telefone disponível na Receita Federal cai na caixa postal);

–Ademir Luis Graeff, de Missal (nega que tenha financiado. Segundo ele, nunca chegou a ser notificado, embora tenha tido bens bloqueados. Aguarda notificação para poder ser defender);

–Adriano Luis Canse, de Cascavel (nega que tenha financiado a afirmou se tratar de uma calúnia. Segundo ele, o seu nome teria sido usado por uma empresa contra a qual entrou com processo criminal);

–Jose Roberto Bacarin, de Cianorte (atendeu a ligação, disse não estar sabendo do novo pedido da AGU e desligou o telefone logo em seguida);

–Leomar Schinemann, de Guarapuava (telefone disponível não atendido);

–Marcelo Panho, de Foz do Iguaçu (telefone disponível não atendido);

–Pedro Luis Kurunczi, de Londrina (atendeu a ligação, mas disse que não poderia falar sobre);

–Ruti Machado da Silva, de Nova Londrina (telefones na caixa postal);

–Stefanus Alexssandro Franca Nogueira, de Ponta Grossa (a reportagem não conseguiu contato);

–Vanderson Alves Nunes, de Francisco Beltrão (a reportagem não conseguiu contato).

No entendimento da AGU, os citados, “de vontade livre e consciente”, financiaram atos que facilitaram os episódios de ataque e depredação ocorridos em Brasília uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A posse do petista desencadeou o movimento bolsonarista, desde então investigado por diferentes linhas.

Segundo a Advocacia-Geral os nomes mantidos na ação “foram responsáveis por contratar o deslocamento dos manifestantes até a Capital Federal para participar da manifestação e do evento ocorrido, a partir do fretamento de veículos de transporte, em especial ônibus (…).

O pedido de condenação de R$ 20,7 milhões é baseado em cálculos de prejuízos efetuados por Supremo Tribunal Federal, Palácio do Planalto, Câmara dos Deputados e Senado Federal e “é o valor que a Advocacia-Geral da União reputa como dano material já incontroverso, sem prejuízo de, no curso da instrução processual, serem produzidos novos elementos de provas demonstrando um dano ainda maior ao patrimônio público”.

A Polícia Rodoviária Federal no Paraná (PRF-PR) disse ter identificado 33 ônibus que saíram do Paraná rumo aos atos de Brasília, dos quais 17 estariam na lista inicial de 87 placas relacionadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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