Está na Procuradoria Jurídica na Câmara de Curitiba o projeto de lei apresentado pelo vereador Eder Borges (PP) que pretende proibir a presença de crianças e adolescentes em eventos pelos direitos de pessoal LGBTQIA+.
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O texto prevê multa de até R$ 50 mil para organizadores e até R$ 10 mil para pais e responsáveis que levarem crianças e adolescentes aos eventos.
A justificativa do autor – que já foi acusado de transfobia e é um representante da extrema-direita na Casa – é de que “notoriamente a participação estimula a sexualidade precoce, propicia ambiente favorável a prática de atos libidinosos”.
O projeto é praticamente uma cópia de um outro apresentado pelo deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES), em Brasília. A proposta também estabelece multa para os organizadores, mas em valores menores do que propõe o vereador de Curitiba.
LGBTQIA+
Em Curitiba a Marcha pela Diversidade reuniu milhares de pessoas no Centro Cívico neste ano. Além das atrações culturais, o evento também teve tom político e algumas das pessoas que discursaram lembraram da violência contra essa população.
Levantamento feito pela Aliança Nacional LGBTI+ em parceria com o Grupo Gay da Bahia (GGB) revelou que em 2021 ocorreram ao menos 276 homicídios contra esta população no Brasil.
O vereador autor do projeto deveria se preocupar com problemas que de fato atingem crianças e adolescentes tais como violência contra estudantes, drogas no entorno das escolas, discriminação alimentada pelo extremismo político e violência contra população Lgbtqia+. Cheio de medo de educar em seu próprio lar, o distinto vereador apresenta projeto com semelhança aos da época do nazismo. É a extrema direita reeditando a medieval “nau dos loucos”, transformando Curitiba na Berlim dos anos 30. Alguém tem que dizer pra esses caras que somos todos iguais.