PF deflagra operação contra ‘Véio da Havan’ e outros empresários bolsonaristas

A operação foi aberta por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, depois do vazamento de mensagens defendendo golpe de Estado em um grupo de WhatsApp

A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta terça-feira (23), mandados de busca e apreensão em endereços ligados a oito empresários bolsonaristas por supostas mensagens golpistas trocadas em um grupo de WhatsApp.

Os alvos da ação de hoje são: Afrânio Barreira Filho, do restaurante Coco Bambu; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, do grupo Multiplan; José Koury, dono do shopping Barra World; Luciano Hang, da rede de lojas Havan; Luiz André Tissot, da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii e Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa.

Os mandados foram cumpridos em dez endereços residenciais e profissionais no Rio de Janeiro, Ceará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Os celulares foram apreendidos e serão periciados pela PF.

A coluna do jornalista Guilherme Amado, no Metrópoles, mostrou na semana passada que empresários apoiadores de longa data do presidente Jair Bolsonaro (PL) conversaram abertamente sobre um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito.

Além das buscas, Moraes também determinou a quebra de sigilo bancário, o bloqueio de contas dos empresários e a suspensão de seus perfis nas redes sociais.

O que dizem os envolvidos

O advogado Daniel Maia, que defende o empresário Afrânio Barreira Filho, disse que “trata-se de uma operação fundada em denúncias absolutamente falsas, que visam perseguir pessoalmente o empresário Afrânio Barreira e outros no país. É importante destacar que a operação não é contra as empresas, é uma operação contra a pessoa física dele. O Afrânio está absolutamente tranquilo, colaborando e com o objetivo principal de esclarecer os fatos para que a investigação seja certamente arquivada”.

O empresário Luciano Hang também se manifestou. “Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros. Eu faço parte de um grupo de 250 empresários, de diversas correntes políticas, e cada um tem o seu ponto de vista. Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu NUNCA, em momento algum falei sobre Golpe ou sobre STF.”

Marco Aurélio Raymundo, por sua vez, disse que aguardaria a publicação da série de reportagens sobre o grupo para se pronunciar.

O espaço está aberto para manifestações dos demais citados. Quando as mensagens vieram a público, José Isaac Peres disse que “sempre teve compromisso com a democracia, com a liberdade e com o desenvolvimento do país.”

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