Impedido, Eder Borges vota pela cassação de Freitas e pode responder por quebra de decoro

Vereador do PP não podia participar do voto e causou bate-boca durante a sessão

Nesta quinta-feira (4) os vereadores de Curitiba cassaram o mandato de Renato Freitas (PT), pelo caso da manifestação antirracista na Igreja do Rosário, ocorrida em fevereiro. A votação precisou ser refeita durante a sessão porque o vereador Eder Borges (PP) participou do voto, mesmo estando impedido.

Ele é autor de uma das representações contra Freitas e, em casos como esse, os vereadores estão proibidos de participar das votações, de acordo com o regimento da Câmara Municipal. A regra foi deixada clara antes da votação pelo presidente da Casa, Tico Kuzma (PROS), que citou nominalmente todos aqueles que não poderiam participar: além de Borges, os vereadores Osias Moraes (Republicanos), Pastor Marciano Alves (SD), Pier Pietruziello (PP) e o próprio Freitas.

No momento da apuração, no entanto, o vereador Dalton Borba (PDT), percebeu a irregularidade e pediu questão de ordem. “Eu estou vendo aqui pelo painel que o vereador Eder Borges votou e ele está impedido”.

Kuzma então verificou o sistema e confirmou a ilegalidade. “Nós vamos reabrir a votação. Eu peço a gentileza aos vereadores impedidos de votar que não manifestem o seu voto para não incorrer em quebra de decoro parlamentar”, alertou o presidente.

Dalton Borba, por sua vez, pediu providências. “A quebra de decoro já ocorreu e eu peço à mesa que encaminhe para corregedoria, por favor”, afirmou.

Em seguida, Freitas, que transmitia a sessão ao vivo pelas suas redes sociais, se envolveu numa discussão com Borges. “Você não sabia que estava impedido de votar?”, questionou o petista. “Apareceu para votar, eu votei. Não vai valer mesmo”, retrucou Borges.

Borba também questionou o voto do colega, o que desencadeou um bate-boca antes da votação ser retomada.

Veja as imagens:

Na saída do plenário, Borba classificou a situação como “absurda” e disse que vai dar prosseguimento sobre o caso junto ao Conselho de Ética.

Kuzma disse que a Câmara vai cumprir as leis. “Ele votou, nós não chegamos a apurar o resultado da votação, mas como foi pedido em plenário, nós vamos encaminhar à corregedora para que ela faça a apuração também, se houve alguma questão de quebra de decoro, algum ferimento ao regimento de ética e decoro parlamentar da Casa”, defendeu.

Freitas foi cassado por 23 votos a 7. O segundo turno da votação está marcado para esta sexta-feira (5).

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima