Gabriela Hardt, que substituiu Moro na Lava Jato, é afastada pelo CNJ

O afastamento é cautelar e a decisão final será determinada em sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desta terça-feira (16)

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afastou cautelarmente Gabriela Hardt, juíza que substituiu Sergio Moro (Podemos) na Operação Lava Jato. Irregularidades em decisões da magistrada culminaram no afastamento. A decisão será analisada na sessão desta terça-feira (16).

Além de Hard, que atualmente estava em uma vara recursal da Justiça Federal do Paraná, também foram afastados os desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores, Loraci Flores de Lima e o atual juiz da Lava Jato, Danilo Pereira Júnior por determinação do corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão.

WhatsApp

Segundo a decisão de Salomão, Hardt teria discutido os termos de acordo com investigados fora dos autos por meio do WhatsApp.

“A decisão da magistrada [homologação do acordo]  foi baseada exclusivamente nas informações incompletas (e até mesmo informais, fornecidas fora dos autos e sem qualquer registro processual) dos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, sem qualquer tipo de contraditório ou intimação da União Federal”, diz o corregedor na decisão.

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Além disso, segundo o texto, a magistrada teria cometido irregularidades que autorizaram repasses de R$ 2 bilhões entre 2015 e 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) os suspendeu.

“Os atos atribuídos à magistrada Gabriela se amoldam também a infrações administrativas graves, constituindo fortes indícios de faltas disciplinares e violações a deveres funcionais da magistrada, o que justifica a intervenção desta Corregedoria Nacional de Justiça e do Conselho Nacional de Justiça”, escreve o ministro.

O senador Sergio Moro também deve ser implicado, embora não exerça mais a magistratura.

Repercussão

Até o fim da tarde desta segunda-feira (15) o senador não havia se manifestado nas redes sociais acerca do afastamento de sua substituta.

O TRF4 informou à Agência Brasil que não se manifestaria sobre o afastamento.

Do lado petista parlamentares reagiram ao afastamento. “Essa é a turma que armou um processo fraudulento contra o presidente Lula para se promoverem. Tentaram emplacar aquele discurso mentiroso de combate à corrupção, ficaram falando isso o tempo inteiro, e agora estão todos caindo por serem corruptos”, publicou a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann.

O também paranaense Zeca Dirceu (PT) comemorou afirmando que “finalmente as ilegalidades cometidas na Operação Lava Jato começam a produtor as primeiras responsabilizações”.

  • *Com Agência Brasil

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