Câmara adia votação de moção contra Gilmar Mendes 

Ministro Gilmar Mendes tem sido criticado por parte dos vereadores após fala sobre Curitiba no programa Roda Viva. Votação deve ser retomada na terça-feira (16)

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) adiou a votação de uma moção de desagravo movida contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, após a fala do magistrado no Programa Roda Vida sobre a capital paranaense ter “o germe do fascismo”. A discussão teve início na manhã desta segunda-feira (15), mas, por falta de tempo, a sessão foi encerrada e a votação deve continuar ao longo dos próximos dias.  

A moção, protocolada pelo presidente da Casa, Marcelo Fachinello (PSC), e assinada por outros 18 vereadores, critica a manifestação do magistrado sobre a capital paranaense. “Nosso trabalho é para melhorar a vida das pessoas e cuidar da cidade e isso passa pelo respeito. É isso que a moção significa, nós exigimos respeito”, argumentou a vereadora Indiara Barbosa (NOVO), que abriu a discussão no plenário. A parlamentar acrescentou que a moção era o único recurso cabível para punir o ministro. “Essa moção de desagravo é uma resposta à fala do ministro, é isso que está ao nosso alcance. Como vereadores infelizmente não podemos punir diretamente o ministro do Supremo.”

O vereador Serginho do Posto (União) também foi favorável à moção e alegou que a fala do ministro foi “desproporcional e equivocada”. João da 5 irmãos (União) acrescentou que a fala foi infeliz e generalista.

Angelo Vanhoni (PT) criticou o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e ressaltou que o ministro não se referia ao povo curitibano. “Eu peço que os vereadores que não entendam de forma errada as palavras do ministro Gilmar Mendes, o ministro fez uma referência ao fascismo e à Lava Jato diretamente.” 

O vereador Professor Euler (MDB), que já protocolou uma iniciativa para revogar o Título de Cidadão Honorário do ministro cedido em 2002 pela Câmara, criticou Gilmar Mendes e alegou que esse comportamento difamatório já foi cometido por ele em outras ocasiões. “Sou a favor sim da moção de repúdio, mas não só pelo episódio em si. Mas pelo histórico todo que o ministro Gilmar Mendes vem apresentando, de ofensas muitas vezes desproporcionais independente da matriz ideológica.” 

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Eder Borges (PP) foi o último vereador a discutir o tema. Segundo o parlamentar, as falas do ministro foram generalistas e agora tornou-se comum dizer que “todos que são de direita são fascistas”. O parlamentar finalizou seu discurso alegando que o “mínimo para um vereador curitibano, parlamentar eleito pelo povo é defender a honra do seu povo e repudiar essas falas abomináveis de um ministro da nossa mais alta corte”.

Persona non grata

Outra moção, de iniciativa do vereador Rodrigo Reis (União), pode tornar Gilmar Mendes “persona non grata” em Curitiba. Na justificativa da proposta, Reis diz que o magistrado proferiu “palavras de baixo calão, racistas e preconceituosas em relação ao povo de Curitiba”.

Na sessão desta segunda (15), o vereador afirmou que o ministro “não pode ser bem atendido e bem recebido aqui acusando os moradores de Curitiba de serem fascistas”.

A fala de Gilmar Mendes

Na última segunda-feira (8), o ministro Gilmar Mendes participou do programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura. Na ocasião, o magistrado afirmou que “Curitiba gerou Bolsonaro, Curitiba tem o germe do fascismo”, em resposta a uma pergunta de João Almeida Moreira, do Diário de Notícias, sobre a atuação de Mendes durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Na fala, o ministro falou sobre a “República de Curitiba” no contexto da operação Lava Jato, e disse que, na época, juízes e promotores não agiram da forma adequada na condução da investigação. 

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Diante das reações à fala, o magistrado fez uma publicação no Twitter afirmando que jamais quis ofender o povo curitibano.

Colaborou Julia Sobkowiak

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1 comentário em “Câmara adia votação de moção contra Gilmar Mendes ”

  1. Quanto de dinheiro público roubado a República facista de Curitiba fez voltar ao tesouro nacional? Este e outros magistrados e Petistas falam como se não tivesse havido delitos. Afinal só ladrões devolvem dinheiro quando obrigados. Querem mudar o passado recente, acreditando que não temos memória.

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