Bolsonaristas pedem golpe, libertação de “presos políticos” e fim do “apartheid sanitário”; veja fotos

Manifestação em Curitiba aconteceu no Centro Cívico

O ato realizado nesta terça-feira (7) em Curitiba pelos apoiadores de Jair Bolsonaro misturou todas as pautas da extrema direita já vistas em outras manifestações.

Além dos pedidos de intervenção militar para “libertar o Brasil” e de destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal, manifestantes levantaram cartazes exigindo o fim do comunismo, a favor do voto impresso e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Muitas mensagens eram escritas em inglês.

Uma faixa com uma estrela amarela de Davi, símbolo que identificava os judeus nos campos de concentração na Alemanha nazista, contestava um suposto “apartheid sanitário” que seria imposto pela introdução do passaporte sanitário, medida adotada em muitos países europeus para que pessoas vacinadas possam frequentar bares, restaurante e locais fechados com segurança.

No começo da tarde, milhares de manifestantes, sobretudo idosos e famílias com crianças, ocuparam a Avenida Cândido de Abreu, no Centro Civico, que ficou completamente tomada pelas cores verde e amarela entre o Palácio Iguaçu e a a sede da Prefeitura. O tráfego de carros só fluía com lentidão pelas faixas marginais da avenida.

Dos três carros de som instalados ao longo da via, lideranças locais gritavam palavras de ordem, reivindicavam pautas e puxavam orações. Críticas foram direcionadas também ao governador Ratinho Jr (PSD), aliado de Bolsonaro, mas culpado, na visão dos manifestantes, por não baixar o ICMS sobre a gasolina.

Microfone na mão, um pastor acusou os ministros do STF de “agirem fora das balizas da Carta Magna”, afirmou que “estamos vivendo numa tirania” e pediu uma “intervenção do céu”. Outro pastor, ligado a Silas Malafaia, acusou a esquerda de impor a ideologia de gênero nas escolas.

Genéricos pedidos a favor da liberdade se alternaram aos pedidos pela libertação de Roberto Jefferson, presidente do PTB, e do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), presos por ameaças ao STF e à democracia, mas considerados pelos bolsonaristas “presos políticos”.

Pouco antes das 16h, quando foi transmitido ao vivo o pronunciamento que Bolsonaro fazia na Avenida Paulista, em São Paulo, um grito de júbilo se levantou da massa. A mensagem foi cortada subitamente por um problema técnico, o que não impediu aos manifestantes de saudar o presidente com uma salva de palmas.

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