O Paraná tem mais de 2,5 milhões de pessoas que usam cooperativas de crédito. Os dados são da Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras). Ao todo são 69 cooperativas deste modelo no Estado.
Em Curitiba, conforme a Confebras, há 9 cooperativas de crédito, com mais de 115,6 mil cooperados. O número de carteiras de crédito chega a R$ 1 bilhão e os ativos a R$ 1,97 bilhão. Quando se fala no estado, do total de cooperados (2,5 milhões), quase 419 mil são de pessoas jurídicas.
Em quatro anos, entre 2016 e 2020, as carteiras de crédito das cooperativas saltaram de 2,74% para 5,1%. Entre os fatores que impactaram nestes números estão a pandemia da Covid-19, mudanças regulatórias e o modelo diferente do adotado pelos bancos na hora de conceder créditos aos cooperados.
De acordo com o Conselho Consultivo Nacional do Ramo de Crédito (Ceco), da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), grande parte das pessoas que busca crédito nessa modalidade são produtores rurais. As cooperativas de crédito são responsáveis por 19% dos contratos de crédito aos pequenos negócios e de 13% do valor contratado a partir do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
No entanto, é preciso ter cautela. Advogado especialista em Direito do Agronegócio, Rafael Guazelli explica que apesar das facilitares os clientes devem ficar atentos aos contratos para evitar endividamentos.
“É necessário atenção aos produtores rurais nos créditos que lhe são ofertados e as garantias exigidas. Dependendo do caso concreto, pode não ser tão interessante aderir ao crédito ofertado por uma cooperativa em detrimento de uma instituição financeira normal”, pondera.
No caso específico dos produtores rurais, há uma série de fatores que podem impactar nas finanças, como clima, cenário internacional e condições econômicas.
No Paraná, o agronegócio é responsável por aproximadamente 80% de tudo o que é exportado. Em termos nacionais, nos últimos dez anos, a participação estadual nas vendas brasileiras do agro para o Exterior foi, em média, de 13,4%, enquanto nas importações, o Estado recebeu 11,6%. Somente no ano passado, em recursos, o superávit foi de US$ 12,9 bilhões.
Evolução
“As primeiras surgiram no começo do século XIX. Então [os cooperados] formam um tipo de empresa e o objetivo é ajudar os cooperados. A primeira surgiu como uma cooperativa de consumo. Ou seja, elas podiam comprar mais quantidade com preço mais barato. Depois outras ideias foram surgindo como o cooperativismo de crédito”, explica o advogado Gustavo Trento Christoffoli, mestre em Direitos Humanos e Democracia.
No ano passado, embora os resultados das cooperativas de crédito tenham apresentado variação negativa de 25% no Brasil, ela vinha em crescimento desde 2010.
Para este ano, todavia, a projeção é mais otimista. Um estudo do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito estima que até o final de 2022 as cooperativas de crédito devem abrir 1,3 mil novas agências para atendimento ao público. A projeção é de que as lojas físicas cheguem a 8,8 mil pontos de atendimento em todo o Brasil.
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