“Tulsa King” pega a ideia do filme de máfia e traz para o século 21

Sylvester Stallone interpreta Dwight Manfredi, um mafioso com uma cabeça extraordinária que acaba de sair da cadeia depois de 25 anos preso

As proezas de “Tulsa King” não são pequenas. A série em nove episódios, produzida pelo Paramount+, pega a ideia do filme de máfia e traz para o século 21. Mais especificamente para uma cidadezinha chamada Tulsa, em Oklahoma. 

Na série, Sylvester Stallone interpreta Dwight Manfredi, um mafioso que passou 25 anos na cadeia para defender a honra de seu chefão. Quando sai da prisão, ele espera ser bem recompensado por ter mantido a boca fechada, mas o que recebe é uma mistura de desprezo e escárnio. Ele não pode ficar em Nova York e é mandado para Tulsa, “para cuidar dos negócios lá”. Negócios esses que não existem. Por fim, trocar Nova York por Tulsa é como trocar São Paulo (SP) por General Carneiro (PR). 

“Tulsa King”

Manfredi foi preso em 1997, quando a internet ainda era discada e faltava dez anos para a Apple lançar o primeiro iPhone. Agora, ele sai da cadeia em 2022 e, apesar de ter lido muito na cadeia (ele é, sem dúvida, um homem culto), o mundo se tornou algo estranho para ele. 

As pessoas não chamam mais táxi, elas chamam um Uber. Nas cafeterias, elas trocaram as xícaras de vidro por copos descartáveis. E quase tudo na vida fica mais difícil se você não tiver um celular.

Essa adaptação de Manfredi ao mundo atual é uma das melhores sacadas de Taylor Sheridan, o criador da série. 

Sylvester Stallone

A “família” para a qual Manfredi trabalha mudou bastante em um quarto de século. O chefão já está bem velho e com a saúde debilitada, e seu filho se prepara para assumir os negócios. Tanto o filho como os gângsteres em torno dele são o pior clichê possível de um mafioso de origem italiana nos Estados Unidos. São criminosos medíocres, burros e violentos.

Para mostrar como Manfredi/Stallone é feito de outro material – mais complexo e interessante do que os capangas que controlam os negócios –, Sheridan usa essa adaptação do mafioso ao mundo atual. O personagem tem 75 anos, a mesma idade de Stallone na época em que gravou a série, mas além de ter uma saúde impressionante, o cara tem uma cabeça extraordinária.

Assim ele não tem problema para assimilar novas tecnologias, apesar de resistir bravamente ao copo descartável de café, e entende perfeitamente algumas mudanças ocorridas na sociedade. Ele vê, por exemplo, uma oportunidade na venda legal de maconha. Na sua área de negócio, Manfredi é um líder.

Paramount+

“Tulsa King” tem humor, violência e diálogos bons. Nos melhores momento, lembra um Quentin Tarantino. Que seja produzido pela Paramount, o mesmo estúdio do “Poderoso chefão”, torna a experiência ainda mais divertida. 

Onde assistir

“Tulsa King” está disponível no Paramount+.

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