Quais ingressos do Festival de Curitiba ainda não esgotaram?

Confira as atrações da Mostra Lúcia Camargo que ainda têm ingressos à venda e aproveite para colocar na agenda espetáculos que são escolhas certas

Estão correndo burburinhos na cidade sobre quase todos os ingressos para o Festival de Curitiba estarem esgotados. É fácil entender como nasceram os boatos, as entradas para muitos espetáculos da Mostra Lúcia Camargo acabaram em poucos dias (para algumas peças, foi até em poucas horas). Depois o exagero assumiu um grande papel nessa história, afinal tem muito ingresso disponível para o Fringe (com peças para todos os gostos) e também vai rolar Temporada de Grandes Musicais, Risorama, Guritiba, MishMash… Ou seja, dá tranquilamente para garantir lugar nas plateias de muita coisa boa durante as duas semanas do evento.

Mas, atendendo a pedidos de leitores, o Plural montou uma lista para facilitar a vida de quem não quer ficar de fora da principal mostra do festival. Confira a seguir quais espetáculos ainda têm ingressos à venda.

1 – “O Que Nos Mantém Vivos?”

O espetáculo celebra os 65 anos do Teatro Oficina, companhia fundada por Zé Celso e Renato Borghi que mudou a história do teatro brasileiro. O drama musical, indicado ao Shell de Melhor Direção e ao APCA de Melhor Espetáculo, é uma chance única para conferir o talento de Borghi – artista com trajetória ímpar nos palcos. 

A peça tem estrutura com quatro temas (Deus, Família, Pátria e Propriedade) e debruça nos elementos que criam ambiente para o triunfo da distopia fascista e no caminho utilizado para a falência das utopias e do humanismo, que leva ao triunfo de um sistema autoritário. É uma continuação de “O que mantém um homem vivo?”, texto de Bertolt Brecht que revela as artimanhas usadas para sustentar aparências de eternidade e imutabilidade, mascarando a miséria e o descaso com a vida.

Dias 2 e 3 de abril, terça e quarta-feira, às 20h30, no Teatro da Reitoria. 

2 – “Ana Lívia”

A montagem estreou em São Paulo-SP e impressionou. A montagem da Cia. BR 116 marca a volta da atriz Bete Coelho ao Festival de Curitiba (uma das grandes mulheres do teatro brasileiro, que trabalhou com diretores como Antunes Filho, Zé Celso Martinez Corrêa, Bob Wilson, Paulo Autran, Gerald Thomas e Radoslaw Rychcik). Dividem o palco com Bete, conforme cada sessão, Georgette Fadel e Iara Jamra.

Trechos do programa Metrópolis sobre a peça “Ana Lívia”. (Créditos: TV Cultura)

No texto assinado por Caetano Galindo (autor do livro “Latim em Pó” e do romance recém lançado “Lia”) estão grandes temas do teatro, como a morte e o recomeço, além da própria arte do teatro. A direção é de Daniela Thomas e a criação da luz é de Beto Bruel. 

Dias 26 e 27 de março, terça e quarta-feira, às 20h30, no Teatro da Reitoria. 

Leia também: “Ana Lívia”, com Bete Coelho, será um dos destaques do Festival de Curitiba

3 – “Três Luzes”

Escrita pela dupla Cássia Damasceno e Aristeu Araújo, a peça teatral estreia no festival. Ela, atriz premiada que faz parte da Companhia Brasileira de Teatro, fundada em Curitiba pelo dramaturgo e diretor Marcio Abreu e que é destaque no cenário nacional. Em cena está Cássia, e a direção é a primeira do diretor de filmes Araújo no teatro.

O monólogo mostra um blecaute como disparo para uma série de recordações e narrativas de uma mulher presa entre seus medos e sonhos, que se sobrepõem a pequenos ensaios sobre presente e passado. É uma autoficção acerca da vida de uma atriz, de um pai e de uma mãe.

Dia 6 de abril, sábado, às 20h30, e dia 7 de abril, domingo, às 19h00, no Teatro Zé Maria. 

4 – “Meu Corpo Está Aqui”

Espetáculo de drama e comédia teatral baseado nas experiências pessoais de Bruno Ramos, Haonê Thinar, Juliana Caldas e Pedro Fernandes, atrizes e atores PCDs (pessoas com deficiência). No palco, eles próprios falam abertamente sobre seus relacionamentos, seus corpos, seus desejos. 

O espetáculo também usa de uma mistura de depoimentos ficcionalizados por Julia Spadaccini, também pessoa com deficiência, e Clara Kutner, para retratar o jogo entre as pulsões e os obstáculos nas descobertas e nas experiências de afeto e sexualidade em corpos PCDs.

Apresentações com intérprete de Libras e audiodescrição.

Dia 30 de março, sábado, às 20h30, e dia 31 de março, domingo, às 19h00, no Teatro Zé Maria. 

5 – “Tatuagem”

O espetáculo da Cia da Revista é uma adaptação do longa-metragem “Tatuagem” (2013), de Hilton Lacerda, eleito melhor filme no Festival de Gramado. A montagem para o teatro recebeu indicação ao Prêmio APCA como melhor direção e seis indicações ao Prêmio Bibi Ferreira. 

A peça traz para o palco um romance homossexual vivido na Recife de 1978, durante o regime militar, que fala sobre o amor e a liberdade em tempos de opressão. No enredo, a trupe teatral Chão de Estrelas, liderada por Clécio Wanderley, recebe a visita do cunhado da grande estrela do grupo, Paulete. O visitante, um jovem militar, se encanta com o universo da companhia e termina seduzido por Clécio. 

Apresentações com intérprete de Libras.

Dias 27 e 28 de março, quarta e quinta-feira, às 20h30, no Teatro Guairinha. 

6 – “Azira’i”

Com quatro indicações ao Prêmio Shell, é um espetáculo musical solo sobre a relação entre uma filha e sua mãe, Azira’i e Zahy – a primeira mulher pajé da reserva indígena de Cana Brava, no Maranhão.

A dramaturgia é construída a partir das memórias da atriz Zahy Tentehar, que, como a mãe, nasceu em Cana Brava. Com cenas em português e em Ze’eng eté, traz para o centro do palco o debate sobre os processos de aculturamento, principalmente os a que foi submetida. Com direção de Denise Stutz e Duda Rios, o espetáculo tem projeções do multiartista Batman Zavareze, direção musical de Elísio Freitas e produção da Sarau Cultura Brasileira.

Dia 6 de abril, sábado, às 20h30, e dia 7 de abril, domingo, às 19h00, no Teatro da Reitoria. 

7 – “TA – Sobre Ser Grande”

Espetáculo de dança da companhia que é referência em Dança Contemporânea no Amazonas e na Região Norte, que mantém repertório diverso reconhecido como um patrimônio imaterial no Brasil. 

“TA” significa “Grande” para os Tikunas – povo originário do Amazonas. A expressão curta é carregada de sentidos, pois a língua é parte fundamental da identidade desse povo, os sons do ambiente fazem parte do idioma, sejam pardos, roncos, chiados e tantos quantos conseguem escutar, assim definem onde vivem como “TA”. Trata-se de um território que abriga, acolhe, alimenta e precisa também de cuidados. A trilha sonora é de DJ Marcos Tubarão.

Dia 30 de março, sábado, às 20h30, e dia 31 de março, domingo, às 19h00, no Teatro da Reitoria. 

8 – “Sagração”

O espetáculo de dança da Companhia Deborah Colker completa a trilogia que anteriormente levou aos palcos “Cão Sem Plumas” e “Cura”. Em único ato, “Sagração” mergulha numa reflexão sobre nossa origem, a evolução e a continuidade no planeta Terra, passando por pensadores evolucionistas, indígenas e também muitos mitos.

A criação da obra parte do clássico “A Sagração da Primavera”, com adição de sons e ritmos brasileiros à partitura de Igor Stravinsky, para resultar em coreografias com a energia, vigor e originalidade de Deborah Colker e seus bailarinos. 

Dia 6 de abril, sábado, às 20h30, e dia 7 de abril, domingo, às 19h00, no Guairão.

32º Festival de Curitiba

De 25 de março a 7 de abril. Ingressos com diferentes preços, até R$85 (mais taxas administrativas), à venda no site oficial do evento e na bilheteria física exclusiva no ParkShoppingBarigüi – piso térreo – (Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 600 – Ecoville), de segunda a sábado, das 10h às 21h, e, domingos e feriados, das 12h às 20h.

A programação tem opções de atrações gratuitas. Verifique a classificação indicativa e orientações de cada espetáculo.

Outras informações pelo site do Festival de Curitiba (www.festivaldecuritiba.com.br), ou pelas redes sociais: no Facebook, @fest.curitiba; no Instagram, @festivaldecuritiba; e no Twitter, @Fest_curitiba.

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