“Os opostos sempre se atraem” é um filme de ação à francesa 

Louis Leterrier prova que um francês consegue ser tão competente quanto um americano (ou mais!) na hora de criar cenas carregadas de adrenalina

Guarde este nome: Louis Leterrier. Ele é o cineasta por trás de “Os opostos sempre se atraem”, um bem-humorado filme de ação produzido pela Netflix. Mais do que isso, Leterrier é a prova de que um francês consegue ser tão competente quanto um americano (ou mais!) na hora de criar cenas tecnicamente complexas, cheias de efeitos especiais, dentro de um filme de ação que tem o objetivo de agradar a maior quantidade possível de público. Aqui que os americanos dos Estados Unidos chamam de blockbuster.

“Os opostos sempre se atraem” reúne dois atores franceses do primeiro time: o branco Laurent Lafitte (“A origem do mundo”) e o negro Omar Sy (“Os intocáveis”). Eles encenam uma espécie de “Máquina Mortífera” à francesa, numa referência à cinessérie estrelada por Mel Gibson e Danny Glover que começou em 1987.

Louis Leterrier

Assim como a produção americana colocava dois policiais – um negro e um branco – aparentemente incompatíveis para trabalhar um com o outro, o filme francês da Netflix faz a mesma coisa. Mas com uma inversão de papéis. Enquanto Mel Gibson era o branco inconsequente e carismático que vivia causando problema, na produção francesa é o negro Omar Sy que tem esse perfil. Ele é carismático e adora uma encrenca.

Danny Glover era o detetive negro responsável e cuidadoso (para não dizer medroso). Agora, o policial branco interpretado por Laurent Lafitte faz o papel do sujeito que preferia não estar na rua. Mas ele gosta do holofote.

A história é o que menos importa nesse tipo de filme, mas “Os opostos se atraem” lida com temas atuais (e difíceis) da França atual: supremacistas brancos, políticos de extrema direita e imigrantes.

“Os opostos sempre se atraem”

Diferentemente de um filme americano, porém, os franceses não se incomodam de fazer humor com esses temas. (Você jamais vai ver uma piada racial num filme de ação feito nos Estados Unidos. Mas, no francês, os dois policiais vivem zoando um ao outro por ser branco ou por ser negro.) 

O que importa nesse tipo de filme são as cenas de ação. E as cenas de “Os opostos se atraem” são bem-feitas. Tanto que o parisiense Louis Leterrier, o cineasta citado no início deste texto, já está confirmado como diretor de “Velozes e furiosos 10”, uma das séries de cinema mais americanoides que existem. Isso significa que Leterrier é competente, sobretudo, em produzir cenas de perseguição com carro. O que fica evidente no filme da Netflix. 

Onde assistir

“Os opostos sempre se atraem” está em cartaz na Netflix.

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