Um espaço dedicado à preservação da história e memória brasileira está prestes a nascer na cidade. No campo das ideias, ele já existe desde 2022, quando o Instituto Defesa da Classe Trabalhadora – iDeclatra concebeu o projeto para instalar em Curitiba um Museu da Democracia. Desde então, outros parceiros abraçaram a ideia e, ao que tudo indica, os curitibanos poderão visitar a nova instituição até o final deste ano (2024).

O Museu tem como finalidade compartilhar informações e despertar a reflexão sobre o Estado Democrático de Direito, em especial, no Brasil. A ex-vice-prefeita de Curitiba, presidente do iDeclatra e coordenadora do projeto, Mírian Gonçalves, fala que “o objetivo é ressaltar a democracia enquanto uma construção diária e contínua e conquistar as pessoas para a sua defesa a partir do amplo conhecimento sobre a sua origem, propósitos, fatos históricos de sua trajetória no Brasil”. A principal estratégia para sensibilizar as pessoas sobre a importância da defesa desse regime político é o conhecimento.

Parcerias

O acervo tem como ponto de partida o restabelecimento da democracia, o que explica a forte conexão do tema com a cidade. “Nosso recorte temporal é o período da redemocratização a partir dos anos 80 do século XX, quando aqui em Curitiba ocorreu o lançamento oficial do movimento pelo voto direto, conhecido nacionalmente como Diretas Já, diz Mírian. O comício de 1984 na capital do Paraná reuniu cerca de 50 mil pessoas, conforme estimativas da época.

Assim, o iDeclatra apresentou o projeto para a Prefeitura de Curitiba ainda em 2022 e, no ano seguinte, a proposta também chegou à Presidência dos Correios. Hoje as instituições são parceiras na empreitada e, neste mês, a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) designou os integrantes do Grupo de Trabalho responsável pela implementação do novo centro cultural.

A assessoria de imprensa da FCC informou à reportagem do Plural que a motivação da Prefeitura para abraçar a iniciativa vai além da trajetória histórica da cidade. “Ao destacar os avanços e retrocessos da democracia brasileira, o futuro Museu não apenas celebra as conquistas, como o movimento das Diretas Já, que teve início nas ruas de Curitiba, mas também lança luz sobre desafios contínuos que enfrentamos como sociedade”. Dessa maneira, a nova instituição “não só enriquece a experiência cultural da cidade, mas também serve como um farol para o país, reafirmando a importância da participação cívica e do engajamento democrático para a construção de um futuro mais justo e inclusivo.”

Próximos passos

Segundo a Fundação, a sede do Museu da Democracia deve ser o antigo prédio da Agência Central dos Correios, edifício do ano de 1934 localizado ao lado da Praça Santos Andrade e do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Um termo de cessão de uso do imóvel está em análise e, após a transferência do prédio para o município, será firmado um convênio entre a Prefeitura e o iDeclatra para dar início as novas fases dos trabalhos.

Previsão de inauguração

Conforme a coordenadora do projeto, todos os convênios necessários para o lançamento oficial do Museu da Democracia em Curitiba devem ser assinados ainda neste ano de 2024. A ideia é que pouco a pouco a sede seja ocupada, seguindo inclusive a lógica de uma sociedade democrática, para o público poder conferir atividades pontuais ainda neste ano.

Museu da Democracia em Brasília

Outro Museu da Democracia deve ser inaugurado até o final deste terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República, mas na cidade de Brasília. A instituição brasiliense deve receber investimentos de cerca de R$ 40 milhões e uma área no setor cultural da Esplanada dos Ministérios, no setor cultural, também já foi cedida para a construção.