Gustavo Caboco lança dois livros no Museu Paranaense

Além das publicações, artista indígena Wapichana Gustavo Caboco exibe curtas-metragem e realiza uma fala-performance

Nesta quarta-feira (14), o Museu Paranaense (MUPA) recebe o artista visual Wapichana Gustavo Caboco para o lançamento de seus dois livros: “Baaraz Ka’aupan” e “Recado do Bendegó: conversas com a pedra”. Além de conferir as publicações, o público poderá acompanhar a exibição de dois curtas e uma fala-performance apresentada por Caboco. O evento começa às 19h30 e tem entrada gratuita.

Segundo Caboco, os dois livros foram criados durante o processo de um ateliê em deslocamento e fizeram parte da instalação “Kanau’Kyba”, apresentada por ele e pela família Wapichana (Lucilene Wapichana, Roseane Cadete, Wanderson Wapichana e Emanuel Wapichana) na 34ª Bienal de São Paulo, em 2021.

O título da primeira obra, “Baaraz Ka’Aupan”, significa “campo em chamas”, no idioma Wapichana. Com essa publicação, Caboco pensa a presença e historiografia indígena, produções de conhecimento e subjetividade dos povos originários. Já “Recado do Bendegó: conversas com a pedra” é um registro de conversas com o meteorito do Bendegó, encontrado em 1784 no sertão da Bahia, nas proximidades do Monte Santo. Atualmente, o meteorito faz parte do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Performance e curtas

Caboco também apresentará ao público dois de seus filmes, em formato curta-metragem, que acompanham os processos de realização dos livros: o ensaio “Recado do Bendegó” e a animação “Kanau’Kyba”.

Haverá ainda a apresentação da fala-performance “Coma Colonial”, que trata de um diálogo sobre a história Wapichana e os apagamentos sofridos pelos povos originários do Brasil. Conforme o artista, são histórias sobre território, fronteiras e as diásporas dos povos indígenas.

Gustavo Caboco

Gustavo Caboco é um dos principais nomes da arte indígena contemporânea. Nascido em Curitiba, em 1989, o artista visual Wapichana cresceu ouvindo histórias de sua mãe sobre a família e cultura da terra indígena Canauanim, em Boa Vista, Roraima.

Caboco tem uma vasta produção que procura refletir sobre os deslocamentos dos corpos indígenas, a memória e as formas de reconexão dos povos com os territórios originários. Sua investigação poética gira em torno do retorno à terra, traduzindo-se em desenhos, bordados, pinturas, na animação e no diálogo entre objetos diversos e sua identidade indígena.

O artista, que também dedica-se à pesquisa autônoma em acervos museológicos, já expôs no MUPA, em Curitiba, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na Pinacoteca, na Galeria Millan, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outros. Caboco integrou a 34º Bienal de São Paulo, foi vencedor do Concurso FNLIJ Tamoios de Textos de Escritores Indígenas e do 3º Prêmio seLecT de Arte e Educação.

Serviço

O evento acontece na próxima quarta-feira (14), às 19h30, no Museu Paranaense (Rua Kellers, 289 – São Francisco, Curitiba). Não há necessidade de inscrição prévia e a entrada é gratuita. Os lugares serão liberados por ordem de chegada. 

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