O espetáculo “O Bom Crioulo” entra em cartaz inspirado no romance de mesmo nome, de Adolfo Caminha. A montagem – que fala sobre racismo, homofobia e diferenças sociais a partir da história de amor entre dois marinheiros no século XIX – tem direção de César de Almeida e Isidoro Diniz, e no elenco estão Douglas Perez, Maicon Morais e Loara Gonçalves. A temporada vai até dia 28 de abril, no Teatro José Maria Santos, com ingressos gratuitos.
César Almeida e Isidoro Diniz
A adaptação do texto é de César Almeida, que destaca as questões sociais históricas presentes na obra que ainda ecoam até hoje. “Planejávamos montar esta peça desde 2007 e, agora, finalmente chegou a hora. É um trabalho que tem muito a ver com minha história e a do Diniz, por tratar de temas que marcam nossas trajetórias”, comenta César.
“O Bom Crioulo” também marca os 45 anos de carreira do produtor e ativista Isidoro Diniz, nome que faz parte de um movimento de representação de grupos historicamente marginalizados na arte. A dupla de artistas demonstra envolvimento com a inclusão e a diversidade ao longo de suas carreiras, com espetáculos como “Verdades e Mentiras” (1995), da companhia Rainha de 2 Cabeças, e “Os Dois Amores de Colombina” (2014), entre outros.
Sinopse
O texto original de Adolfo Caminha, ícone do movimento naturalista na literatura, aborda o preconceitos e outras questões em um contexto conturbado. A trama se passa no Rio de Janeiro pós-abolição da escravatura, o protagonista Amaro se apaixona por um jovem branco, Aleixo, ambos marinheiros. Amaro tenta manter uma vida tradicional de homem casado, mas sofre com ciúmes, preconceito e violência.
“O espetáculo trata principalmente do amor, que é uma questão atemporal, mas também de preconceitos e tabus muito antigos que ainda persistem em nossa sociedade”, acrescenta Diniz. “Nesta montagem, temos também a alegria de trabalhar com atores negros da nova geração muito talentosos”.
Espetáculo “O Bom Crioulo”
Adaptado da obra de Adolfo Caminha por César Almeida
Até dia 28 de abril, de terça-feira a sábado, às 20h, domingos, às 19h, no Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655 – São Francisco). Entrada gratuita com retirada de ingressos no Sympla.
De 23 a 28 de abril sessões com a participação de um intérprete de libras (20 de abril, sessões às 18h00 e 20h; 27 de abril, sessões às 18h e 20h. 28 de abril, sessões às 15h e 19h.
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