“Curitiba em traços” mostra caricaturas das paisagens mais famosas da cidade

Simon Taylor lança novo livro de desenhos neste domingoi

Dez anos atrás, quando as multidões tomavam as ruas e o rumo do país dava uma guinada, o chargista Simon Taylor percebeu que estava um pouco cansado de desenhar sobre política. E começou a trilhar um outro caminho bem diferente, que rende agora seu quarto livro, “Curitiba em Traços”. São desenhos sobre a cidade, caricaturas de arquitetura, como ele mesmo fala. O Plural conversou com ele sobre o novo projeto.

De onde surgiu a ideia de desenhar a cidade?
Aconteceu há 10 anos (agosto de 2013). Fui convidado a participar do Croquis Urbanos, um grupo que estava começando a desenhar a cidade todo fim de semana. Dois anos depois eu fundei, junto com amigos, o Urban Sketchers Curitiba, que é uma comunidade internacional que desenha in loco. E foi um “bichinho que me picou”. Desde então desenho com o grupo, no mínimo, uma vez por semana, já viajei quatro vezes para Portugal e lancei três livros. Essa prática é fascinante porque envolve a amizade entre os participantes (um grupo muito aberto e heterogêneo), a prática do desenho de observação (que é bem diferente do desenho em estúdio), e a consciência e apropriação da cidade e de seu patrimônio cultural.

Como funciona a atividade do Urban Sketchers?
Nós nos reunimos todo sábado, das 15h às 17h. É uma prática fascinante, muito aberta e sem burocracia. Qualquer um pode chegar com o material de sua preferência e desenhar junto. A única regra de ouro que não pode ser quebrada é que tem que ser desenho in loco, não se pode desenhar a partir de foto. Isso é outra coisa…

Você é mais conhecido por cartuns, humor. O trabalho é muito diferente?
Em essência, sim. Em forma, nem tanto. Na verdade, eu fui chargista político durante anos (desde 1996, quando comecei no jornal A Folha da Imprensa). Mas confesso que cansei do meio político. Por sorte minha, um pouco antes da radicalização que veio a partir de 2013. Daí, por sorte, pintou o Urban Sketchers na minha vida. E eu comecei a desenhar como sempre fiz, sem pensar muito, na intuição, afinal, nunca tive nenhuma formação acadêmica. Então o traço fluido, sem maiores preocupações técnicas pintou naturalmente. Dois anos depois eu percebi que já tinha ali um estilo definido, algo muito importante na carreira artística, e resolvi chamá-lo de “Caricatura da Arquitetura”, um termo muito preciso para o que eu faço. E o humor e a música são elementos vitais nessa construção.

Você pensa em continuar com esse trabalho? Talvez estender para a periferia?
Sempre! Transformou a minha vida. Desde o começo do ano eu tenho mergulhado mais na carreira artística e parti para as telas de grandes formatos com tinta acrílica. Consegui a representação da Galeria Studio Krieger e do marchand Robson Krieger, e os meus quadros têm sido muito bem aceitos. Mas não paro com a atividade de sketcher. Ali está a essência do meu trabalho, de observação e de crônica gráfica urbana. Tudo que há na cidade me interessa: desde suas construções majestosas e históricas, até as suas comunidades periféricas. Na observação de um artista gráfico, todas essas realidades são importantes.

Serviço
Lançamento do livro “Curitiba Em Traço”
Data: 10 de dezembro
Horário: 10h
Local: Sala Poty Lazzarotto, nas Arcadas de São Francisco
Endereço: Praça João Cândido, número zero

Sobre o/a autor/a

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