Mineiro caçador de queijos raros do Brasil abre loja em Curitiba

Coleção da Chico Queijos conta só com peças artesanais de pequenos produtores

Queijos de todos os formatos, cores e texturas embelezam o balcão refrigerado. Algumas são peças raras, quiçá únicas, em Curitiba. Atrás dele, Francisco Gonçalves, o Chico, apresenta informações sobre origem, processos de fabricação e sabores dos produtos. E não economiza na hora de oferecer lascas de degustação aos novos clientes.

Mineiro, Chico, 45, trocou Belo Horizonte por Curitiba em 2012 por causa de uma oportunidade de trabalho num importante escritório de advocacia. Há dois anos, ele abandonou a defesa nos tribunais para advogar em prol dos queijos artesanais brasileiros. Estudou, se especializou e passou a vender pela internet. Em janeiro, inaugurou a loja física Chico Queijos, no Hugo Lange, em Curitiba. 

“Só trabalho com queijos brasileiros artesanais, muitos são de difícil acesso fora de suas regiões de produção”, explica o empresário, que da vida de advogado preserva a boa oratória. Ele conta que, em 2019, rodou 6 mil quilômetros para conhecer produtores e lojas especializadas, principalmente em São Paulo e Minas Gerais.

Chico, da advocacia para os queijos. Foto? Studio Take/Divulgação

Mas os queijos à venda não se restringem apenas a esses estados. No dia que a reportagem visitou a loja, havia também produtos oriundos do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Goiás e Maranhão. Alguns são verdadeiras joias raras. 

Ao todo, o catálogo conta com cerca de 60 queijos, a maioria deles fixos, e outros rotativos. Por isso, cada visita ao local pode render descobertas saborosas. Há peças de leite bovino cru, de cabra e de ovelha, todos escolhidos a dedo e de pequenos produtores. 

Há sabores únicos e outros que se inspiram nos mais conhecidos parmesão, gouda, camembert ou brie, para citar alguns clássicos. Apesar da influência internacional, todos são frutos do terroir brasileiro. Os queijos de Minas são destaque, por serem da terra de Chico e sobretudo pela qualidade e variedade. 

Durante a pandemia, atendimento e degustação individuais. Foto: Douglas Gavinho/Divulgação

Tem de tudo: queijos das Serras da Canastra, do Salitre e da Mantiqueira, só para citar as denominações mineiras mais famosas. Um mapa na parede, elaborado pelo jornalista e pesquisador mineiro Eduardo Tristão Girão, referência no assunto, ajuda o cliente a identificar os tipos de queijos em cada região produtora.

Da coleção, Chico destaca o Grana dos Laura (R$ 199 o quilo), produzido há mais de um século pela família Laura na cidade mineira de Passa Quatro, na Serra da Mantiqueira. É um queijo da família dos parmesões, de massa dura e prensada como a de um grana padano. O sabor é doce e picante.

Já na cidade paulista de Amparo, a fazenda Atalaia fabrica um premiado queijo de leite de vaca inspirado no holandês gouda. De textura cremosa e levemente adocicado, esse queijo furado leva um ingrediente diferente, o urucum, que confere cor alaranjada à massa. A peça matura por quatro meses antes de chegar ao comércio. O preço é de R$ 179 o quilo.

Um dos produtos que mais chama atenção é o Jarau, produzido pela queijaria Canto, em Uruguaiana, nos pampas gaúchos. É vendido em peças de 200 g (R$ 38,90 a unidade) e sua peculiaridade é que a massa macia, feita a partir de leite de vaca, recebe infusão de chá de guabiroba, planta nativa da Mata Atlântica e Cerrado. Matura 30 dias e tem sabor muito aromático.

Loja fica no Hugo Lange. Foto: Studio Take/Divulgação

Não menos interessante é o Foguin (R$ 149 o quilo), queijo de leite bovino cru produzido pela queijaria Serra do Bálsamo, no município de Guapó, em Goiás, que recebe esse nome porque na fase final da maturação é flambado com uísque. A casca fica chamuscada, enquanto o interior ganha sabor marcante com toques adocicados. 

Além dos queijos, Chico comercializa ainda uma seleção de produtos artesanais nacionais como cachaças, doce de leite, goiabada e mangaba, geléias e frios pouco conhecidos como a bresaola – carne bovina seca – e picanha suína curada, produzidos pela charcutaria Duca, em Florianópolis.

No local é possível também fazer uma parada para tomar vinho ou cerveja artesanal e degustar tábuas de frios e queijos. Perder-se no vasto universo queijeiro é fácil até para os gourmands mais experientes. Não se preocupe: pergunte, tire suas dúvidas e, sobretudo, deguste. 

Serviço

R. Atílio Bório, 1531, Hugo Lange – (41) 99915 1002. Segunda a sexta das 10 às 19h; sábado das 10 às 15h. Na pandemia, funciona com atendimento individualizado e delivery.

Sobre o/a autor/a

15 comentários em “Mineiro caçador de queijos raros do Brasil abre loja em Curitiba”

  1. Marco Cavalieri

    Tentei comprar pelo delivery. Atendimento péssimo. Não responde, deixa você falando sozinho… Para chegar no atendimento dos tradicionais do Mercado Municipal vai precisar trabalhar muito.

    1. Andrea Torrente

      R. Atílio Bório, 1531, Hugo Lange – (41) 99915 1002. Segunda a sexta das 10 às 19h; sábado das 10 às 15h. Na pandemia, funciona com atendimento individualizado e delivery.

  2. Olá! Sou Lyvia Amaral Lencioni. Curitibana, que está em São Paulo há 30 anos. Artista Plástica, hoje empresária de Agroindústria Artesanal Orgânica, tenho como objetivo a produção de queijo de ovelha, na Serra da Cuesta de Botucatu em Pardinho. Onde num breve futuro receberemos o “Chico Queijos”. Parabéns pelo trabalho e Sucesso!

  3. AMARILDO MACHARETH

    PARABÉNS GRANDE CHICO!!! QUE DEUS CONTINUE A LHE ABENÇOAR… SUCESSO MEU CARO!! RECEBA UM ABRAÇO MEU E DE DANY ENTREPORTES

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