Anotações de um país distante

Marcelo Almeida traz dicas de obras para aproximar futuros leitores dos livros

Estou de férias. Serão quinze dias fora de casa, com minha esposa e filhos. Porém, os atos de ler e de escrever me acompanham porque são como dois órgãos do meu corpo – coração e pulmão. Mesmo que eu esteja dormindo eles continuam trabalhando.

Portanto, nada de férias na minha coluna no Plural.

Escrevo a uma distância de 9.644 quilômetros do Brasil. Estamos na Escandinávia. Acabamos de deixar Copenhague (Dinamarca) rumo a Estocolmo (Suécia). Escrevo em pleno voo. A Dinamarca é formada por nada menos que 405 ilhas. É o país do contista e romancista Hans Christian Andersen e de uma língua que me soa dificílima. Mas se o visitante fala um pouco de inglês já está tudo resolvido.

Ontem, dia primeiro de julho, eu e o Luca (um dos meus quatro filhos) presenciamos uma cena que nos impressionou positivamente. Estávamos na esquina do nosso hotel esperando abrir o semáforo para pedestres e ciclistas quando percebemos que o primeiro carro que aguardava para arrancar estava com um defeito mecânico. Era um carro popular, bem simples. Em segundos, os dois automóveis que estavam logo atrás pararam e os motoristas desceram para ajudar. Me chamou a atenção que os dois homens vestiam terno, gravata e sapatos finos e saíram de veículos novíssimos e caros. Eram duas Mercedes-Benz das mais modernas e potentes. Os dois empurraram o carro quebrado até um lugar seguro.

Se eu pudesse resumir esse país em duas palavras, elas seriam ajuda e atitude.

Aqui não funciona a carteirada. Não tem “você sabe com quem está falando?” Aqui não importa a cor, o bolso, o sobrenome ou a religião. Claro que tudo isso faz daqui um grande país.

Voltando para o mundo da literatura, que é meu tema nesta coluna, quero hoje ajudar aqueles que gostaria de se tornar leitores, mas não sabem por onde começar. Tenho algumas sugestões de livros que servem para essa situação.

São aqueles títulos que você pode dar de presente para um sobrinho ou um colega de trabalho no Natal.

Pense num livro que é como um pão de queijo bem quentinho. É desse livro que falo.

Do brasileiro Augusto Cury eu recomendo O Futuro da Humanidade e O Vendedor de Sonhos. Do americano Mitch Albom, sugiro A Última Grande Lição. São dois autores de linguagem fácil e sedutora.

Muita gente não gosta e faz cara feia para livros que se encaixam no perfil de auto-ajuda. Eu não. Encaro esses livros sem preconceito. Principalmente se o objetivo é aproximar alguém da leitura, que é um hábito que precisa ser cultivado, treinado. Não adianta presentear com um livro ótimo que o candidato a leitor vai abandonar antes de terminar o primeiro capítulo.

Por falar em ajuda, minha preocupação agora é que todos os anjos ajudem o Brasil a vencer a Argentina na Copa América (a partida será hoje [terça, 2] à noite). Aqui de longe estou gritando: viva o Brasil!

Nota do editor: a partida entre Brasil e Argentina terminou em 2×0 para a seleção brasileira.

 

Para ir além

O Vendedor de Sonhos, Augusto Cury, Ed. Planeta, 320 páginas.

O Futuro da Humanidade, Augusto Cury, Ed. Arqueiro, 250 páginas.

A Última Grande Lição, Mitch Albom, Editora Sextante, 160 páginas.

 

Leia mais artigos de Marcelo Almeida

https://www.plural.jor.br/aprender-a-viver-e-um-privilegio-dos-humanos/

https://www.plural.jor.br/um-homem-uma-mulher-e-a-esperanca/

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