Viajando no tempo – mesmo de bicicleta…

Automóvel já foi coisa de rico e, a bicicleta, algo para criança ou pobre, este até para ir trabalhar temendo chegar atrasado no serviço

Em Curitiba, quem passa pela Avenida João Gualberto, esquina com a Moysés Marcondes, estranha a presença de bicicletas, todas iguais, uma ao lado da outra, junto ao meio-fio. E à disposição de quem precisar. Meio-fio é uma expressão composta de uma palavra que veio do latim medius (o que está no meio) e filus (corda, fibra, fio). A língua latina ou latim, antiga língua indo-europeia do ramo itálico, era falada, originalmente, no Lácio, a região em volta da cidade de Roma. A expressão propriamente dita é portuguesa e se refere ao que está entre a rua e a calçada – e tem as proporções de uma corda, algo longo e estreito.

Compartilhando selim e pedais

Sobre a desconcertante presença das bicicletas, coube ao Plural, como sempre, explicar o que acontece por nossas bandas. Na edição de 22 de julho, em reportagem de Rosiane Correia de Freitas, também como sempre nota mil, temos que, “por conta de algo certamente inesperado para boa parte da população, temos em vários pontos da cidade uma fileira de bicicletas. Motivo: a   implantação do sistema de compartilhamento de bicicletas em Curitiba, que deveria, por força do edital e do contrato assinado entre a Prefeitura e a M1 Transportes Sustentáveis Ltda, seguir a política pública de mobilidade.

Mas, na primeira fase, o projeto ignorou pontos cruciais do Plano de ciclo mobilidade curitibano, bem como dados técnicos da estrutura cicloviária e de demanda pelo uso da bicicleta como modal de transporte”.

Buscando soluções

Temos ainda o Tembici. Decantado como o maior sistema de bicicletas compartilhadas da América Latina, chegou primeiro em Brasília. Com a tecnologia para micro mobilidade, “cria soluções para inspirar uma revolução do espaço urbano. Usamos tecnologia e engajamos parceiros públicos, privados e a sociedade civil para que o convívio das pessoas com as cidades seja mais eficiente, inteligente e agradável”.

Ela, a pandemia…

– A pandemia fez o brasileiro adotar o ciclismo com maior ênfase. Segundo uma pesquisa do Itaú, os consumidores aumentaram seus gastos com bicicletas em 54,4% no ano passado. O levantamento leva em consideração os gastos com cartões de crédito e débito processados pela Rede, empresa de pagamentos eletrônicos do banco. 

O crescimento do uso da bicicleta é, na realidade, uma tendência mundial. Tanto que a maior fábrica de bikes do mundo, a chinesa Giant, precisou reativar suas fábricas fechadas na China para dar conta da demanda. Este ano, a empresa inaugura uma fábrica na Hungria, capaz de produzir 300 mil bicicletas por ano.

A outra bicicleta – a do cinema

E não para poucos, tudo isso remete a um tremendo filme de Vittorio De Sica, Ladri di Biciclette (Ladrões de Bicicleta). É de 1948. Ele se passa na Itália durante o pós-guerra, tornando-se um dos exemplos do neorrealismo. Roteiro: Cesare Zavattini, Suso Cecchi d’Amico – elenco: Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola, Lianella Carell.

– Em Roma, um trabalhador de origem humilde, Antônio Ricci (Lamberto Maggiorani) luta para sustentar a família. Precisando de uma bicicleta para começar em um novo emprego, Ricci penhora as roupas de cama da casa. Para desespero da família, a bicicleta é roubada e Antônio sai junto com o filho Bruno (Enzo Staiola) para procurá-la pela cidade.

Furtos de anteontem, ontem e hoje

E voltamos a Curitiba: no início deste mês, uma operação, mobilizando a Polícia Militar e a Guarda Municipal (GM), teve como alvo suspeitos de furtos de bicicletas e celulares, além de roubos de correntes – a operação ocorreu no bairro Parolin e Água Verde. Segundo as investigações, mais de 50 boletins de ocorrência relacionados à ação foram registrados. Os suspeitos atuavam em bairros como Água Verde, Portão, Novo Mundo e Cidade Industrial.

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