Vaso ruim não quebra – pior é não sair de cena

O sentido do ditado sobre vaso ruim está em que pessoa má ou ruim resiste sempre e temos, agora, entre os trambiques de Bolsonaro, o cartão corporativo

Notícia publicada pelo jornal O Globo: “Bolsonaro excedeu o valor do cartão corporativo que os ex-presidentes Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) tiveram no mandato de 2015 a 2018. Até dezembro do ano passado, o chefe do Executivo tinha gastado R$ 29,6 milhões, um valor 18,8% maior do que os R$ 24,9 milhões consumidos nos quatro anos da gestão Dilma/Temer”, de acordo com levantamento feito pelo jornal.  

Ainda sobre o assunto, matéria de Natália Santos, no Estadão Conteúdo:  

– O Tribunal de Contas da União (TCU) instaurou uma investigação para apurar possíveis irregularidades na publicidade e nos gastos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) com o cartão corporativo. A decisão foi tomada após um pedido enviado em maio de 2020 pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES). “A nosso pedido, o @TCUoficial vai apurar gastos de Bolsonaro com cartões corporativos. Para se blindar de investigações de irregularidades, o governo decretou sigilo de despesas, e os gastos disparam, às custas do povo. Tem gente passando fome, presidente!”, escreveu o senador numa rede social.  

Luz (feminina) no fim do túnel  

E temos do Plural, edição de terça-feira passada, em texto de Rogério Galindo:  

– O voto feminino tem tudo para tirar Jair Bolsonaro da Presidência em outubro. As pesquisas vêm mostrando que, assim como aconteceu em 2018, Bolsonaro tem muito mais força entre os homens do que entre as mulheres. Mas a diferença entre o que ocorreu na época e o que se vê hoje é imensa. Mas claro, são especulações. O certo é que, se Bolsonaro não conseguir reverter a situação entre as mulheres, será inviável como candidato à reeleição.  

A expulsão do vaso ruim  

#paratodosverem imagem mostra Bolsonaro em jetski com as mão spara cima em comemoração.

Ou, em espanhol, el jarrón malo no se rompe – O próximo dia 19 de abril vai marcar os 34 anos da expulsão de Jair Messias Bolsonaro do Exército, acusado de planejar atentados contra instalações militares no Rio de Janeiro. Em 1988, Bolsonaro planejou colocar explosivos de baixa potência em quartéis no Rio de Janeiro, na Vila Militar, na Academia das Agulhas Negras e até na adutora do Gandu, responsável pelo abastecimento de água da capital fluminense. Dois anos antes, Bolsonaro havia escrito um artigo para a revista Veja denunciando os baixos salários pagos pela corporação. Em 1987, a repórter Cassia Maria assinou uma reportagem afirmando ter ouvido do próprio Bolsonaro que ele iria colocar em curso a operação intitulada “Beco Sem Saída”, que envolvia os atentados contra instalações militares.  

Após a publicação, ele foi acusado de mentir sobre a conversa mantida com a jornalista e, também, de ameaçar a repórter antes do depoimento. Apesar das acusações, Bolsonaro acabou absolvido em segunda instância pela Justiça Militar, mas foi “convidado” a se aposentar do Exército.  

Desmentido pela PF  

Os 3 coronéis que investigaram o caso consideraram que “o justificante Bolsonaro mentiu durante todo o processo, quando negou a autoria dos esboços publicados na revista Veja, como comprovam os laudos periciais”.  E concluíram que o capitão “revelou comportamento aético e incompatível com o pundonor militar e o decoro da classe ao passar à imprensa informações sobre sua instituição”. O capitão negou tudo, mas uma perícia da Polícia Federal foi inequívoca ao concluir que as anotações nos esboços foram feitas por ele. Investigações posteriores não foram à frente, pois Bolsonaro tinha sido eleito deputado estadual em 1989.  

PS: e chegamos a esses tempos sombrios, posto que viver é (de fato) perigoso.  

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