Uma herança maldita – e nem o futebol escapou  

Assunto de capa da revista Aventuras na História: por que não há negros na seleção argentina de futebol? E a resposta é terrível: trata-se de um duplo homicídio

Depois de ler no Plural sobre o novo caso de mensagens racistas trocadas por alunos do Curso de Jornalismo, que é investigado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, em matéria de Angieli Maros, que destaca a punição aplicada a eles, bem como a expulsão, no fim do ano passado, de sete alunos de Agronomia que foram denunciados pela mesma prática, há quem, mantendo a rotina, em se tratando de leitura recomendável, tenha comprado a revista Aventuras na História, no caso, a edição 237.  

E temos como assunto de capa DUPLO GENOCÍDIO – por que não há negros na seleção argentina de futebol? 

Já no editorial Não é só futebol, a editora Izabel Duva Rapoport revela que, para ilustrar a reportagem de capa da edição, “nos deparamos com pinturas de guerra na Argentina do século 19 quase sem soldados negros”. – Confesso que houve um incômodo coletivo aqui na redação, pois já sabíamos que eles participavam dessas batalhas (e eram muitos!), mas também sabíamos que, ao longo daquelas décadas, o país se empenhava no extermínio deles. Então por que encontraríamos tais imagens? 

– A falta de pessoas negras na Argentina foi muito questionada durante a última Copa do Mundo, no Catar, em 2022, em que a seleção absolutamente branca foi campeã. E é este o esclarecimento que o escritor e jornalista argentino Edgardo Martolio nos presenteia com um texto rico sobre a verdadeira história do racismo em seu país; tão rico a ponto de apurar outro genocídio naquele tempo e lugar: o dos indígenas.  

No país, o negro foi exterminado, utilizado militarmente como “carne de canhão” para expulsar os ingleses, se tornar independente dos espanhóis, combater nas guerras civis e do Paraguai e consumar outro genocídio: dizimar os indígenas. Mataram muitos inimigos. Mas quase não sobrou nenhum afrodescendente.  

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