Segundo o Estadão Conteúdo, o “cenário pavoroso” de ataques armados a escolas “não surgiu por mágica” e está ligado ao discurso de ódio, à banalização da violência e ao “culto às armas de fogo e a facilitação a seu acesso amplamente promovida e incentivada nos últimos quatro anos” – ou seja, no governo Jair Bolsonaro – indica a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.
– Na segunda-feira, o órgão conclamou o País a solucionar o que comparou a uma epidemia, ressaltando ainda que a resposta aos atos de violência “definitivamente não se traduz na alocação de um policial a cada pátio de colégio” no País. “Ou as escolas voltam a ser santuários de saber e acolhimento ou nosso destino será a volta à barbárie”, destacou a Procuradoria.
Discurso de ódio e banalização da violência
As indicações constam de nota assinada por 40 procuradores, que ligam diretamente os ataques à “efervescência do discurso de ódio, em conjunto com a banalização da violência”. “Pessoas públicas externando ideias preconceituosas, desdenhando e atacando minorias, promovendo discursos ofensivos à Constituição da República e aos direitos humanos, atacando o sistema de ensino e produzindo um ambiente favorável à fermentação de uma cultura de rancor”, registram.
A figura do inimigo
E a revista Carta Capital, edição desta semana, traz uma entrevista do psicanalista Christian Dunker, concedida a Mariana Serafini, na qual ele “reflete sobre as diversas causas dos ataques às escolas”. Título: Ensina-me a odiar.
– Nos anos bolsonaristas, os professores personificaram a “figura do inimigo”. Discurso e prática: ofensas e ameaças foram normalizadas sob Bolsonaro. E deram vazão à violência física que vitima estudantes e professores. O Brasil é um terreno fértil para o radicalismo.
E vale lembrar outros personagens pelas (belas) heranças que deixaram.
Paulo Freire: nascido em Recife, foi um educador e filósofo reconhecido internacionalmente. Patrono da Educação Brasileira, com vários livros publicados, tornou-se referência para prática pedagógica mundial.
– Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.
Maria Montessori (1870-1952): médica, educadora e pedagoga italiana, desenvolveu um método educacional que visa promover o equilíbrio entre liberdade e disciplina, sendo possível conquistar uma na ausência da outra. Afinal, o objetivo da educação, no educando, é desenvolver a capacidade de consciência e responsabilidade