Depois do elevador, ao sair do apartamento, há quem tenha acionado o celular e, na sequência, apertado outros botões para manter a rotina. E, sobre rotina, após ler o Plural, foi até a banca mais próxima comprar a Revista Aventuras na História, no caso a edição 237 – e, graças à altamente recomendável leitura da publicação que tem Izabel Duva Rapoport como editora, matou a charada sobre o botão. Ou botões.
O texto é de Álvaro Oppermann, que destaca: o convívio humano com os botões começou no final do século 19 com o primeiro interruptor de luz.
– Uma estatística curiosa: segundo o designer americano Bill DeRouchey, nós apertamos por dia, em média, 125 botões. Isso apenas nas geringonças que carregamos conosco, como celular e laptop. Essa história do convívio humano extensivo com o botão começou por volta de 1893, quando a Central Eletric Company, de Chicago, lançou o primeiro interruptor de luz, com dois botõezinhos: um branco para ligar e um preto para desligar.
Até então, apertar um gatilho ou uma tecla não era atividade desconhecida – já os utilizávamos em armas, pianos, telégrafos e, a partir de 1888, nas máquinas fotográficas de Kodak. Mas foi só no fim do século 19 que ferramentas manuais consagradas como sinos e manivelas começaram a ser substituídas por similares movidos à eletricidade. E de utilização fácil: no século 20, para usar qualquer coisa, bastava apertar o botão. Em vez de tocar um sino, apertava-se a campainha.
Ainda do texto de Álvaro Oppermann:
– Uma pesquisa em escolas de segundo grau realizada na Califórnia no início do século 21 constatou que quase 30% dos alunos não faziam ideia de como usar um telefone de disco.
– De tão comum hoje, não dá para ter muita noção do fascínio que o botão causou quando surgiu. Nos Estados Unidos, inspirou até uma música, You Press the Button, We Do the Rest (“Você aperta o botão, nos fazemos o resto”), de W.S. Mullaly e Webster Fulton, na década de 1890 (esse era o slogan da Kodak).
– O auge da “botãomania”, porém, foram os anos 1950. A Chrysler e a Ford chegaram a lançar, em 1956, carros cuja troca de marcha era feita por botões. Isso não foi lá uma ideia muito feliz. O Edsel, da Ford, que tinha o sistema de transmissão botonizado no centro da direção – lugar tradicional da buzina -, provocou diversos acidentes.