Futebol – a euforia dá lugar à tristeza

A morte de Sicupira não mexeu apenas com torcedores do Athletico, mas também com aqueles para quem o futebol vai muito além de vitórias, derrotas e empates

Na semana passada, neste espaço, o assunto foi futebol – por conta da dupla festa na Baixada. O empate de 2×2 diante Flamengo, com gol aos 49 do segundo tempo e, depois, a homenagem a Santos – goleiro que completou 250 jogos com a camisa do Athletico. Hoje, no entanto, é para lamentar a perda de um grande astro do futebol brasileiro – ele mesmo, Barcímio Sicupira Júnior, que faleceu domingo, aos 77 anos, após passar por uma cirurgia no pulmão.  

E aí alguém recorreu a um livro que já era muito especial, em todos os sentidos: Sicupira – Vida e Gols de Um Craque Chamado Barcímio, Editora Banquinho Publicações, lançado em outubro do ano passado, do advogado e jornalista Sandro Moser. Especial até pela dedicatória: Ao mestre Pancho, um forte abraço do Sandro Moser e do B. Sicupira – 20/10/2020. Em 368 páginas, com fotos históricas e um meticuloso trabalho de pesquisa, temos que, Barcímio Sicupira Junior, nascido na cidade da Lapa, “entre 1960 e 1970 tornou-se o maior artilheiro da história do Athletico, com 158 gols e, possivelmente, para sempre será”.  

A “joia lapidada”  

Ainda do livro: Sicupira “foi joia lapidada pelo Ferroviário e jovem-sensação do Botafogo. E parceiro de legendas do esporte mundial, posto que jogou, com destaque, ao lado de Garrincha, Nilton Santos, Didi, Jairzinho, Gérson, Djalma Santos, Bellini e Rivelino, entre outros”. E continuamos com breves trechos do texto de Sandro Moser:  

– Do “Sicupa”, manjado pelo público, fulgurante nos gramados e microfones, ao Barcímio personalidade reservada aos companheiros de time, amigos próximos e familiares.  

Um fantasma com vela acesa  

– Às vésperas de um jogo, o time se concentrava na chamada Toca de Colombo, uma propriedade rural de 11 alqueires comprada por iniciativa do presidente Passerino Moura em setembro de 1970, uma grande casa de madeira com salão de festa, sete dormitórios (com capacidade para três pessoas cada um), salão de televisão e salão de jogos, onde Sicupira comandava a jogatina.  

– E os novatos recebiam uma espécie de trote na primeira vez que se concentravam lá, uma vez que os antigos donos da casa tinham sido mortos no local e, de vez em quando, reapareciam por lá. O Alfredo tinha uma máscara e, à noite, vestia um pano branco, pegava uma vela e saía pelos quartos assustando os novatos.  

– No fim, são seis décadas de história do futebol brasileiro, de Curitiba e da crônica esportiva do Paraná, pelo olhar de Sicupira, como destaca no livro o jornalista André Pugliesi. E, no prefácio, em texto do jornalista e radialista Carneiro Neto, temos que Nilton Santos, a “Enciclopédia do Futebol”, achou estranho o prenome Sicupira. Nilton Santos corrigiu: Sicupira é o sobrenome. O nome é Barcímio. Daí Nilton Santos pediu: deixa Sicupira mesmo.  

PSo livro bem merece uma reedição, ampliada.  

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