A libertação dos escravos e a sua face quase oculta  

Sobre a histórica data de 13 de maio é imperioso lembrar que o Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão - que só terminou no papel

Como se sabe, a abolição da escravatura no Brasil ocorreu no dia 13 de maio de 1888, por conta da Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II, imperador do Brasil entre 1840 e 1889. Embora herdeira do trono, ela nunca assumiu o posto porque que não tinha o menor interesse pela política e, com Proclamação da República, restou-lhe o exílio, em 1889.  

O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão, depois de quase 400 anos. Isso por conta da resistência dos escravos e, também, da mobilização popular. 

Apontando a origem do mal 

E a escravidão é assunto de capa da revista Carta/Capital desta semana, publicação semanal que, igualmente, se pauta no jornalismo de fato plural. Detalhe: quem assina o texto A ORIGEM DO MAL é o próprio Mino Carta: 

O Brasil ainda sofre as consequências da mais torpe, velhaca, feroz escravidão do Ocidente autoproclamado civilizado e cristão.  

– Cerca de 5 milhões de africanos foram trazidos para o solo brasileiro, sem contar os que morreram ao resistirem à violência dos conquistadores ou nas galés dos navios negreiros. Para compreender melhor as consequências da ação lusitana, considere-se que 200 mil africanos tomaram o rumo dos Estados Unidos e por lá foi necessária uma guerra civil muito sangrenta entre o Norte e o Sul, para acabar com a escravidão. O herói abolicionista foi o próprio presidente Abraham Lincoln, que não hesitou em impor a lei libertadora contra os estados sulistas, produtores de algodão colhido pela mão escrava. 

E ainda temos a casa grande e a senzala  

Um bom livro para entender melhor aqueles eventos é, ainda e sempre, creio eu, E o Vento Levou, de Margaret Mitchell. Chegou às telas, obviamente, e volta e meia surge no vídeo das nossas televisões. O Brasil foi o último país a abolir oficialmente a escravidão, já no final do século XIX, mas a casa grande e a senzala continuaram de pé. Hoje o país é mais desigual do que as terras africanas.  

A arrasadora verdade é que, no Brasil, foi imposta a forma mais feroz e duradoura de escravidão, praticada ao longo de cinco séculos, ao perceber na população indígena a falta de ânimo e determinação para o trabalho pesado, conforme os propósitos dos colonizadores. Até hoje não demolimos a casa-grande e a senzala, e a mansão dos senhores aí está para impor as suas vontades contra o progresso recomendado pela escrita positivista a ornar nossa bandeira. 

Escravidão, ainda. Assinada há 135 anos, a Lei Áurea é diariamente rasgada.  

E Bolsonaro, o que diria depois da gripezinha

– Foi uma escravidãozinha…  

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