O Dia Internacional da Mulher (8 de março) é uma data histórica e multifacetada. A luta por direitos, dos movimentos trabalhistas até a autonomia sobre o próprio corpo, marcam essa e outras épocas do ano, ressaltando a força e a resiliência femininas.
Mais que comemorar, a data é oportunidade de reflexão e valorização do que aspiram e inspiram as mulheres. Celebrar o Dia da Mulher é também dar espaço para os pequenos prazeres da vida: uma boa música, um livro especial, um show marcante.
Com esse propósito, entrevistamos cinco mulheres de Curitiba que tiveram suas vidas marcadas por shows comandados por outras mulheres. Confira a lista.
Marisa Monte
A cantora carioca apresentou seu último espetáculo, “Portas”, em Curitiba, no ano passado. O Teatro Positivo ficou lotado, em 7 de dezembro, para a plateia cantar e se emocionar com os grandes sucessos da artista.
“Escuto Marisa Monte há anos. As letras, a voz, a performance, tudo no trabalho dela sempre me atraiu de forma singular, pois Marisa é uma mulher que não segue padrões estéticos e não produz músicas somente para vender no mercado”, diz a jornalista Barbara Carvalho. “Ter ido ao show dela no Teatro Positivo, com a oportunidade de ficar perto do palco, foi a conclusão de um desejo antigo, em uma experiência marcante e encantadora.”
Anitta
Show mais recente da lista, “Ensaios de Anitta” trouxe para a capital paranaense 4h de ode carnavalesca em pleno fevereiro de 2024. A última apresentação da turnê reuniu cerca de 8 mil pessoas no estádio Vila Capanema, sem intimidar o público com as fortes chuvas daquele domingo.
“Mesmo alçando voos internacionais e chegando mais longe do que qualquer artista brasileiro chegou, Anitta está sempre valorizando a cultura nacional e resgatando suas origens, seja com o funk nas maiores premiações internacionais de música ou com as escolas de samba que ela homenageou durante todos os Ensaios dessa temporada. Talvez, se não fosse mulher, a famosa ‘personalidade difícil’, a qual ela é pintada, soaria apenas como confiança e determinação”, desabafa a analista de comunicação Nayara Rosolen.
Rebelde
De Curitiba a São Paulo, a estudante Natália Schultz Jucoski realizou um sonho de vida ao acompanhar a turnê da banda Rebelde em novembro passado. Após 15 anos desde a última apresentação no Brasil, o grupo mexicano reuniu 440 mil fãs nos oito shows realizados em São Paulo e Rio de Janeiro, sendo 60 mil somente no dia 12 daquele mês, no estádio Morumbis.
“A parceria da Anahí, Dulce e Maite, sempre enaltecendo umas às outras e as mulheres da plateia, com discursos empoderados e colocando as mulheres como protagonistas de suas histórias e trabalhando com muito esforço e dedicação para que o show fosse inesquecível para os fãs”, lembra a estudante. “Além de que três são mães e, mesmo trabalhando tanto, elas se mantiveram como alicerce de suas
famílias.”
Ivete Sangalo
De volta ao Paraná, mas em Maringá, a também estudante Maria Vitória Alves destacou o primeiro show de sua vida como mais marcante. Em 12 de março de 2010, Maria Vitória presenciou a energia da cantora Ivete Sangalo diante de um público de 13 mil pessoas.
“Até hoje tenho a lembrança vívida da presença e a energia que a Ivete possui. Ela transborda alegria e realmente contagia a multidão, que fica hipnotizada, pulando de um lado para o outro conforme ela orienta”, recorda a estudante. “A admiração que a Mavi de 13 anos sentiu ao presenciar a influência daquela mulher em frente a uma multidão com certeza se perpetua até hoje.”
Gal Costa
Dos maiores ícones da música brasileira, Gal Costa passou pela última vez em Curitiba em maio de 2022. A apresentação foi marcada como um dos últimos espetáculos da cantora, falecida em 9 de novembro daquele ano, além de um grande imprevisto: Gal estava em crise alérgica e chegou a perder a voz antes do show.
“A apresentação quase teve de ser cancelada, mas, felizmente, com ajuda de fonoaudióloga, ela conseguiu se apresentar maravilhosamente. E esse foi seu último show por aqui, então fico muito feliz de ter tido a oportunidade de vê-la de perto e ouvir sua voz de cristal”, conta a professora Larissa Drabeski.
“Além desses nomes marcantes, também tenho percebido com alegria que cada vez mais mulheres têm conquistado seu espaço nas bandas que antes eram majoritariamente formadas por homens. Penso que a cultura e a arte como um todo ganham muito com a ampliação da participação feminina em diversos espaços”, afirma Larissa, que também é diretora de comunicação da CULT! Produções.
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