O que se sabe sobre a revista de Renato Freitas no avião? Houve racismo?

Renato Freitas
Versões do deputado, da Polícia Federal e do aeroporto são conflitantes. Veja o que diz cada um

Desde a última quarta-feira, quando o deputado estadual Renato Freitas (PT) divulgou ter passado por uma revista dentro de um avião, há uma série de informações contraditórias sendo divulgadas pelas diversas partes envolvidas. O caso talvez venha a ser esclarecido agora que o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), anunciou que vai mandar um inquérito para apurar se houve ou não racismo no episódio.

1- O vídeo

As imagens divulgadas por Renato Freitas foram filmadas por ele mesmo. Já dentro da aeronave, no aeroporto de Foz, ele é chamado para sair e passar por uma inspeção. O policial federal diz que se trata de um sistema que escolhe aleatoriamente pessoas para serem revistadas. Renato em nenhum momento resiste: deixa sua mochila ser vasculhada e passa pela revista. Nada é encontrado.

2- A viagem

Renato Freitas estava em Foz para um evento do Ministério dos Povos Indígenas, como representante da Assembleia Legislativa – o deputado preside a Comissão de Igualdade Racial. O episódio da revista aconteceu na viagem de volta para Curitiba.

3- A versão da PF

Assim que Renato soltou o vídeo, sete dias depois do ocorrido, a Polícia Federal divulgou uma nota afirmando que não houve abuso e que o deputado teria se recusado a passar pela inspeção adicional quando solicitado, ainda no aeroporto. Os funcionários teriam deixado Renato passar sem cumprir com a revista aleatória e realizaram isso só na aeronave.

4- Renato nega

A assessoria de Renato freitas nega que em qualquer momento o deputado tenha se negado a cumprir com ordens dos funcionários do aeroporto. De fato, ele teria sido alertado que foi selecionado para a inspeção adicional. No entanto,a pessoa que faria essa segunda inspeção se afastou e, como estava em cima da hora do voo, Renato disse que não poderia esperar. Pediu para que avisassem à companhia aérea que ele estava a caminho, mas isso teria sido recusado. Por isso, sem ver ninguém para fazer a revista, Renato se encaminhou para o avião.

5- O que diz o aeroporto

A CCR, empresa responsável pela operação do aeroporto de Foz, nega racismo. A nota divulgada pela companhia afirma que ao passar pelo pórtico de inspeção no aeroporto, há uma seleção aleatória de passageiros para uma segunda inspeção. Segundo a CCR, essa escolha acontece “sem intervenção humana”; ou seja, não dependeria de critérios subjetivos. A nota diz que o passageiro questionou o processo,alegando que perderia o voo. A CCR diz que “os agentes acionaram a autoridade aeroportuária (Polícia Federal) para dar seguimento à inspeção. No entanto, o passageiro retirou sua mochila sem esperar pela PF e seguiu rapidamente para o portão de embarque”.

6- Racismo?

A versão de Renato Freitas diz que houve racismo da parte dos funcionários do aeroporto. O deputado, que tem se destacado na luta pelos direitos da comunidade negra, tem criticado constantemente as polícias por sua truculência com comunidades periféricas, o que inclusive deve lhe custar uma passagem pelo Conselho de Ética da Assembleia. A Polícia Federal e a CCR negam raicsmo e dizem que estavam apenas seguindo os procedimentos previstos pela legislação e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

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