Carta aberta de policiais abre crise na gestão de cadeias do Paraná

Policiais penais acusam gestão de erros que estariam levando a mortes, fugas e fortalecimento de facções

Uma denúncia anônima sobre uma série de problemas nas cadeias do estado, feita por policiais penais, chegou às mãos do governador Ratinho Jr (PSD). O documento, de 16 páginas, foi revelado na semana passada pelo portal Umuarama News. Agora, o governo do Paraná respondeu afirmando que vai investigar os pontos levantados na carta.

No texto, os policiais penais afirmam que a má gestão do sistema estaria levando a fugas, mortes e ao fortalecimento de facções criminosas que atuam no sistema penitenciário. Desde a posse de Oswaldo Machado como diretor do Deppen, órgão encarregado das prisões no Paraná, em agosto de 2022, já teriam ocorrido 32 homicídios dentro das penitenciárias paranaenses. Além disso houve três “mortes por briga” e 12 mortes classificadas como suicídios.

Só neste ano, segundo o relato dos policiais penais, ocorreram 373 fugas e 416 evasões. Os policiais também relatam que um funcionário entrou equivocadamente armado em uma ala de presos. Dominado, ele teve a arma tomada por um preso, que se suicidou.

A maior parte do documento se dedica a relatar uma suposta “farra das diárias” na atual gestão. Oswaldo Machado, de acordo com o relato, trabalha em Curitiba mas mora em Maringá. Com isso, um funcionário teria sido destinado a transportar o diretor entre as cidades na segunda e na sexta-feira de cada semana – uma das consequências disso seria o gasto de R$ 21 mil em diárias. As viagens estariam sendo justificadas como serviço para a Corregedoria.

Depois das denúncias, Machado publicou uma nota oficial rebatendo os policiais penais e se dizendo vítima de calúnia e difamação. O diretor do Deppen diz que o anonimato da carta põe em dúvida se o texto foi mesmo escrito por policiais penais e por que os autores estariam se escondendo. Além disso, Machado afirma que todos os gastos do seu departamento são públicos e transparentes e nega qualquer ato ilícito.

Em nota, a Secretaria de Segurança diz apenas que tomou ciência da carta e que vai apurar os fatos mencionados.

Leia a carta aberta na íntegra no Umuarama News.

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