O ex-deputado federal Deltan Dallagnol se filiou neste sábado (30) ao Partido Novo. Embora esteja inelegível devido à Lei da Ficha Limpa, o ex-coordenador da força tarefa da Lava Jato parece ter pretensões de colocar sua esposa, Fernanda, para disputar as eleições para a Prefeitura de Curitiba, no ano que vem.
O Plural noticiou que Fernanda começou neste semestre o curso de formação política do Renova BR – uma instituição que vem formando candidatos como as deputadas Tabata Amaral e Joênia Wapichana. Até hoje, Fernanda Dallagnol, que por formação é administradora de empresas, nunca disputou eleições.
A entrada dela no páreo da prefeitura poderá significar um racha entre os lavajatistas em Curitiba, já que, em tese, o senador Sergio Moro (União), ex-juiz da operação, tenderia a apoiar a candidatura de seu correligionário, o deputado estadual Ney Leprevost (União).
Deltan ficha suja
O Partido Novo, em tese, não aceita a filiação de pessoas com ficha suja. No entanto, fez uma exceção para Deltan por acreditar que o julgamento do ex-procurador teve viés político e foi injusto.
Em 2022, Deltan foi o deputado federal mais votado do Paraná, com 345 mil votos. Logo no início do mandato, porém, foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Deltan diz que desistiu de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) por não acreditar na imparcialidade da Corte. Com isso, está inelegível até 2030.
O motivo foi a saída precoce de Deltan da Procuradoria da República, o que levou os ministros a decidirem que ele não quis permanecer mais no cargo para evitar que as diversas reclamações contra ele fossem transformadas em procedimentos administrativos – a existência de procedimentos administrativos, segundo a Lei da Ficha Limpa, tornaria o procurador inelegível.
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