HQ como direito universal

Sabemos as dificuldades que o mercado editorial passa em nosso país nos últimos tempos. A crise que já ocorria, agravada pela pandemia de Covid-19, pelo custo alto para produção das páginas, até os super descontos das grandes lojas online. Não é um cenário fácil, por isso fica sempre sendo necessário se reinventar, buscar coisas novas e, especialmente, tentar trazer os leitores para mais próximos das editoras.

Um projeto anunciado há pouquíssimo tempo pela editora Conrad demonstra bem isso. É a iniciativa “HQ Para Todos”. Como o nome mostra, tem a intenção de trazer quadrinhos em um formato um pouco menor, porém baratos, para o grande público. Como mostra um escrito no site da própria editora: “As edições do selo ‘HQ Para Todos’ são em brochura, tendo em mente tanto preço acessível quanto qualidade gráfica”.

Serão dois projetos que vão servir como um “balão de ensaio”, como descreve um dos editores da Conrad, Cassius Medauar. As duas já estão em pré-venda pela Amazon e são: “Mayara e Annabelle e a Carreta Fantasma” (em preto e branco, sob o preço de R$9,90) e “A Sala de Espera da Europa” (colorida, por R$14,90). Todas com 32 páginas. Preços muito mais em conta do que qualquer volume de uma mensal de super-herói, por exemplo.

Em entrevista ao blog, Cassiu conta que ele e Guilherme Kroll (o outro editor da casa) sempre conversaram sobre o rumo do mercado e as iniciativas de trazer HQs mais baratas pelo projeto digital da marca – o que você pode saber mais aqui. “Acredito que ter opções mais baratas pode ajudar no consumo de HQs, especialmente em eventos de quadrinhos e de mercado editorial como um todo”, conta.

É claro que uma dúvida surge na tela: e a periodicidade. Haverá algum prazo específico? Ele responde que “a ideia é termos 10 lançamento no ano de 2023, já contando com os dois que estão em pré-venda e sairão em janeiro”. Cassius ainda diz que o objetivo é que a partir de março o projeto se torne mensal e “ao longo do ano a gente vai avaliando o projeto e vendo sua viabilidade”.

O “HQ Para Todos” teve seu pontapé inicial na Comic Con Experience. Assim, agora a Conrad tenta observar e coletar o feedback de quem comprou e consumiu os quadrinhos. A partir disso, novas ideias irão começar a surgir. E, principalmente, será feita uma curadoria para os próximos títulos.

Olhando de fora, parece que o conceito tem a intenção não apenas de atingir o público já rotineiro do mundo da nona arte, mas também aqueles que estão por fora e, em muitos casos, não sabem por onde começar a consumir. O foco é, realmente, popularizar o mundo das HQs.

“Esse é um dos pilares da nossa ideia para o ‘HQ Para Todos’. Ter uma curadoria de diversidade de títulos, autores e temas para conseguir atingir o maior número possível de pessoas, tanto que já leem HQs quanto as que não leem ainda”, finaliza Cassius.

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