Rodízio: as regras são as mesmas para todo mundo?

Veja quais as exceções e como são abastecidos os prédios públicos em Curitiba

Dia desses, leitores do Plural perguntaram se o poder público também passa pelo rodízio da Sanepar. Fomos conferir.

De acordo com a Assessoria de Imprensa da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), o rodízio afeta igualmente todos os imóveis: públicos e privados. As únicas exceções são hospitais e presídios. “Nos hospitais Evangélico, Trabalhador e HC, a Sanepar faz manobra na rua direcionando água para esses prédios. Nos demais hospitais, a Sanepar abastece as caixas d’água com caminhões-pipa. Os presídios também são abastecidos. O de Piraquara, por manobra; os outros, com caminhão-pipa.”

Confere?

O presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar), Flaviano Feu Ventorim, checou a informação com os hospitais afiliados, que confirmaram.  

“Nós temos uma cisterna bem grande. Quando é previsto de faltar água, a gente pede que as presas armazenem um pouco para fazer a limpeza, mas geralmente, pelo tamanho da nossa cisterna, não falta dentro dos cubículos”, informa a diretora da Penitenciária Feminina de Piraquara, Alessandra Prado.

Quanto às demais penitenciárias, o coordenador regional de Curitiba, Alisson Andrade, também afirma que não passam pela falta d’água. “Poucas unidades recorrem ao uso de caminhões-pipa, pois têm caixas d’água grandes. Mas quando necessitamos, somos atendidos.”

E o poder público?

No Palácio 29 de Março, sede da Prefeitura de Curitiba, há cisterna. O mesmo ocorre no Palácio Iguaçu, do Governo do Estado. “O prédio, construído no início dos anos 1950, conta com uma cisterna de 80 mil litros. Agregado a isso, desde março, a maioria dos servidores está em home office e houve redução no consumo. Para os que estão trabalhando há orientação para o consumo consciente em razão da crise hídrica”, diz a Assessoria.

As Assessorias da Câmara Municipal de Curitiba, do Ministério Público do Trabalho e da Secretaria Municipal de Saúde deram respostas parecidas: os órgãos não foram tão afetados pela falta d’água porque têm espaço de armazenamento e grande parte dos funcionários está em trabalho remoto. Prédios como o da Assembleia Legislativa do Paraná e do Ippuc têm ainda uma outra particularidade: são abastecidos por poço artesiano.

Mas existem os serviços menos favorecidos com o rodízio, como mostrou o Plural: a população em situação de rua ficou sem água na maior Casa de Passagem de Curitiba.

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1 comentário em “Rodízio: as regras são as mesmas para todo mundo?”

  1. Seria interessante vocês mostrarem o quanto as empresas de maior porte e agronegócio gastam, para vermos quem é que gasta tanta água a ponto de penalisarem a população civil e os mais carentes. Economizar água numa casa de 4 pessoas não chega nem perto da quantidade de uma indústria de papel, por exemplo. E eles? Participam do rodízio?

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