Richa pode pedir música na Quadro Negro

Beto Richa se torna réu pela terceira vez em ação da Quadro Negro.

O ex-governador Beto Richa (PSDB) é réu pela terceira vez em uma ação penal derivada da Operação Quadro Negro. A decisão é do juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, que acolheu denúncia pelos seguintes crimes: corrupção passiva e por dar causa à vantagem indevida na execução de contrato de licitação. Na decisão, Fischer disse que há justa causa para tornar Richa réu. Segundo ele, há provas e indícios suficientes para atribuir a autoria dos delitos ao denunciado.

O ex-governador já era réu em outras duas ações penais derivadas da Quadro Negro. A investigação trata do desvio de dinheiro público que foi praticado a partir de contratos entre empresas e a Secretaria de Educação. As irregularidades aconteceram entre 2011 e 2014, quando o tucano ainda estava em seu primeiro mandato no governo do Paraná.

A denúncia do Ministério Público Estadual diz respeito a dois contratos com a empresa M.I. Construtora de Obras. Eles foram firmados em 2013, para a construção do Colégio Estadual Professora Leni Marlene Jacob e do Colégio Estadual Pedro Carli, ambas em Guarapuava. O custo de cada obra era de R$ 4,3 milhões.

De acordo com informações do Gaeco, o modo de operar era semelhante ao que acontecia na Valor Construtora, que foi o centro da Quadro Negro. A M.I. Construtora de Obras teria recebido pagamentos, mesmo sem ter executado nenhum serviço. A empresa também contava com a ajuda de fiscais, ligados à SEED, que declaravam evoluções fictícias das obras para que pudessem liberar o dinheiro. Com isso, a conclusão é de que Richa teria sido beneficiado com parte do pagamento ilegal.

O Plural entrou em contato com a defesa de Beto Richa, que manteve o posicionamento enviado para a imprensa no último dia 10, quando a denúncia foi oferecida para à Justiça Estadual. O advogado Guilherme Brenner Lucchesi, responsável pela defesa, disse em nota que o Gaeco “demonstra estar retalhando a acusação e retaliando a decisão da justiça que reconheceu a ilegalidade da prisão do ex-governador. ”

“Não há qualquer indício, após amplas investigações, a não ser a palavra de um colaborar amplamente premiado. Com mais esta denúncia, a terceira em menos de um mês, o Gaeco demonstra estar retalhando a acusação e retaliando a decisão da justiça que reconheceu a ilegalidade da prisão do ex-governador. Esta é uma artimanha meticulosa voltada a manter os fatos na mídia e desgastar a imagem do ex-governador, o que constitui flagrante perseguição. A defesa relembra que foi o próprio ex-governador que determinou o início das investigações que resultaram na Operação Quadro Negro. A fim de conter os abusos e ilegalidades, a defesa segue confiante nas instituições e na Justiça”, afirmou.

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